Os seguros de saúde são pouco abrangentes, têm uma duração curta e períodos de carência alargados, denuncia a DECO. Estas desvantagens não os tornam uma alternativa ao serviço público.
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A DECO denuncia, esta terça-feira, que os seguros de saúde têm «muitas exclusões, períodos de carência alargados e contratos com renovações anuais», num estudo que deve ser publicado na edição de Janeiro da revista «Dinheiro & Direitos».
Fora do âmbito dos seguros estão geralmente as «despesas com doenças psiquiátricas ou epidémicas de declaração obrigatória (como a tuberculose e hepatite), acidentes ou doenças motivados por calamidades naturais (como inundações e sismos) ou guerra, hemodiálise, transplante de órgãos, sida e suas consequências, exames gerais (check-up) e hérnias», revela a DECO.
A duração dos seguros também não leva nota positiva. Como são anuais «a qualquer altura, e a partir do momento em que o cliente começa a dar muita despesa (por exemplo devido a doença prolongada), a seguradora pode pôr fim ao contrato», denúncia a associação.
«Estes seguros deveriam ser vitalícios após três ao quatro anos de vigência do contrato, pois assim as seguradoras deixariam de poder rescindir unilateralmente os contratos, deixando os segurados de mãos a abanar», sugere a DECO.
A DECO deixa ainda um alerta: quem contraiu uma doença durante a vigência do seguro tem direito a ter as despesas pagas pela seguradora durante um ano.
Só há um senão, «para isso, o segurado tem que comunicar o facto até oito dias depois do fim do contrato, prazo que é muito curto», avalia a DECO.
De acordo com a associação de defesa do consumidor, em 2002, um milhão e 600 mil os portugueses dispunham de um seguro de saúde, ou seja, 16 por cento da população nacional usufruia deste serviço.
Apesar do panorama pouco animador para o consumidor, a DECO não deixa de fazer as suas recomendações sobre os melhores seguros.
No topo da lista da melhor escolha está o Help Executive, da Victoria. Este seguro é o que oferece melhores condições para os consumidores, mas não está ao alcance de todos, já que «para o subscrever, um casal na casa dos 35 anos, com dois filhos, teria de pagar anualmente cerca de 10 500 euros».