Os investigadores franceses descobriram que aprisionar o dióxido de carbono no subsolo, a pelo menos 800 metros de profundidade, pode ser a solução para controlar a concentração de CO2 na atmosfera, responsável pelo efeito de estufa.
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O departamento de pesquisas geológicas e mineiras francês está a fazer o «sequestro de CO2», ou seja, a injecção para grande profundidade do dióxido de carbono emitido pelas fábricas, incineradoras ou locais de produção de energia fóssil, o que poderá contribuir para a diminuição do efeito de estufa, responsável pelo sobreaquecimento do planeta.
Apesar de não resolver os efeitos maléficos dos gases expelidos pelos transportes, os cientistas consideram que é uma solução indicada para resolver os problemas da poluição industrial, que provocam um terço das emissões de CO2 na Europa. O novo método «será sem dúvida indispensável para alcançar os compromissos europeus face ao protocolo de Quioto», segundo Isabelle Czernichowski-Lauriol, uma das investigadoras envolvidas no projecto.
Noruega e Canadá
Estas experiências estão a ser postas em prática na Noruega, onde um milhão de toneladas de dióxido de carbono estão a ser injectadas todos os anos a partir da plataforma Sleipner, no mar do norte, onde existe um aquífero salgado, a mil metros abaixo do nível do oceano.
No Canáda igualmente 5.000 mil toneladas de CO2 estão a ser injectadas todos os dias no reservatório petrolífero de Weyburn. Uma das principais vantagens do sistema neste local é o facto de «amarrar» o gás carbónico de uma fábrica no Dakota, Estados Unidos.
Interesse dos EUA
Os norte-americanos estão a trabalhar activamente neste tipo de solução, em paralelo com a rejeição do protocolo de Quioto anunciada por Bush. O departamento de Energia da administração do presidente dos EUA canalizou nada menos do que 19 milhões de dólares (4,4 milhões de contos) para o programa de «sequestro do CO2». Os europeus têm previstos 12,2 milhões de euros (2,2 milhões de contos) para este projecto.