O primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, escusou-se este domingo a comentar a demissão do ministro do Desporto, Juventude e Reabilitação, Henrique Chaves, mas respondeu às críticas de Cavaco Silva que no jornal «Expresso» pediu aos «políticos competentes» para afastarem os «incompetentes».
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O primeiro-ministro foi questionado sobre um artigo de opinião de Cavaco Silva, sábado, no jornal Expresso, em que o ex-primeiro ministro alerta para a falta de qualidade da actividade política em Portugal e apela aos «políticos competentes» para afastarem os «incompetentes» para evitar uma crise.
Santana Lopes responde que tem «orgulho no Governo» e que
«o ex-primeiro ministro naturalmente que se estava a referir à necessidade que o país deve ter nos vários níveis da sociedade de procurar os melhores e mais capazes para as tarefas que têm de desempenhar».
Lembrou, ainda, que «os governos de Cavaco Silva também tiveram problemas grandes por força da conjuntura internacional», e referiu que neste momento Portugal está a recuperar ao nível de desenvolvimento da União Europeia.
«Estamos a recuperar a aproximação com os níveis de desenvolvimento da União Europeia. Eu sou primeiro-ministro há quatro meses e se o país está com problemas é por causa daqueles que foram primeiros-ministros antes de mim, não é agora por causa das medidas que tomei em quatro meses», concluiu.
O chefe do governo afirmou, ainda, esperar «ter o mesmo tempo que outros tiveram para poder deixar o país muito melhor do que o vim encontrar».
Sobre as vozes críticas do seu partido, Santana Lopes disse ainda que quem quisesse ter apresentado alternativas à sua governação poderia tê-lo feito durante o último congresso do PSD, em Barcelos.
«Deixem-me trabalhar», pediu Santana Lopes, que falava durante a inauguração do novo edifício da Santa Casa da Misericórdia de Ribeira de Pena.