A Austrália vai colaborar com um grupo norte-americano, num projecto para simular, na Terra, as condições de vida de Marte, com o objectivo de um dia se poder viver no quarto planeta do sistema solar.
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O programa «Estações de Investigação do Deserto Marciano» prevê instalar quatro simuladores noutros tantos pontos do globo terrestre, por um custo de cerca de 57 mil contos.
Os trabalhos serão dirigidos pelo grupo «Sociedade Marte», fundado por Robert Zubrin, antigo engenheiro aero-espacial da NASA.
O assessor australiano, o geólogo Nick Hoffman, da Universidade de La Trobe, explicou que os simuladores serão feitos com uma combinação de metal, fibra de vidro e espuma.
Adiantou que os habitáculos terão forma cilíndrica, medindo quatro metros de altura e cinco de diâmetro. «Trata-se de módulos de dois pisos, ultra-ligeiros e resistentes a temperaturas extremas», referiu o cientista.
As cápsulas disporão de instrumentos especiais de medição para que seis astronautas, que viverão durante um ano no seu interior, possam investigar as condições de vida e de trabalho no planeta vermelho.
«Os astronautas terão oportunidade de realizar estudos sistemáticos relacionados com as estratégias, factor humano e desenhos de equipamentos necessários para aumentar a eficácia das futuras missões humanas em Marte», precisou Hoffman.
A «Sociedade Marte» já construiu a primeira estação, no ano passado, na Ilha Devon, no Ártico canadiano, e agora pondera onde deverá colocar as outras três.
Hoffman admitiu que duas poderão ficar algures no deserto do Sudoeste norte-americano, e a terceira, provavelmente, na Austrália.
Entre os locais candidatos há dois cuja geografia foi modificada pelo queda de meteoritos: Arkaroola, na Cordilheira Flinders, no Estado da Austrália do Sul, e a cratera do Parque Nacional de Wolfe Creek, na Austrália Ocidental.
As quatros cápsulas começarão a funcionar em meados do próximo ano, segundo os planos da «Sociedade Marte».