O Sindicado dos Médicos da Zona Sul vai processar o Hospital de Santa Maria e o Ministério da Saúde, pelo não pagamento das horas extraordinárias. Os médicos estiveram em greve, até esta sexta-feira, para protestar pelos mesmos motivos.
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O Sindicato dos Médicos da Zona Sul vai processar o Hospital de Santa Maria e o Ministério da Saúde. O sindicato acusa a instituição e a tutela de não pagarem as horas extraordinárias aos clínicos, pelo que vão proceder a uma acção judicial, depois de terem efectuado uma semana de greve, que termina esta sexta-feira.
A sindicalista Nídia Zózimo explica que «há mais cartas na manga, a começar pelo processo ao conselho de administração e ao Ministério, pela não aplicação da lei, e vai-se pedir toda a documentação que foi usada pela administração para justificar pagar a uns serviços e não pagar a outros», disse à TSF.
Nídia Zózimo admite que o sindicato recorra a uma nova paralisação no próximo mês, adiantando que o protesto que hoje termina «teve uma aderência de mais de 80 por cento, de certeza absoluta».
«As cirurgias que não foram efectuadas devem ter estado entre as 250 e as 300 e muitas centenas de consultas não foram efectuadas. Os serviços mais afectados
foram os das especialidades cirúrgicas, como era evidente, porque os da medicina, basta que os médicos que estão em indicação exclusiva estarem a trabalhar que não se nota muito a greve», acrescentou a responsável.
Administração refugia-se em decisão do Ministério
A administração do hospital alega estar à espera de uma decisão ministerial para poder pagar as horas em falta.
Em causa está o decreto 92/2001, da ex-ministra da Saúde, Manuela Arcanjo, que determina o pagamento das horas extra em urgência por uma tabela única, independentemente de o regime de trabalho do médico ser o das 42 ou 35 horas semanais.
De acordo com Nídia Zózimo, em Santa Maria há cerca de 200 médicos que possuem o regime de 35 horas semanais, e que realizam urgência, que não estão a receber ao abrigo do decreto de lei em questão.