Figueiredo Lopes deu garantias de que todas as actividades do SIS e das forças de segurança «respeitam rigorosamente a legalidade», a propósito da eventualidade do SIS investigar os protestos às portagens da CREL.
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O ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes, garantiu ontem que todas as actividades do SIS e das forças de segurança «respeitam rigorosamente a legalidade».
Segundo uma fonte oficial do gabinete do ministro, em declarações à Lusa, o ministro da Administração Interna «não comenta nem alimenta informações sobre actividades dos serviços e forças de segurança».
Em causa está o anúncio, ontem, do PS e do PCP de que vão exigir explicações ao Governo sobre a eventualidade de os Serviços de Informações e Segurança (SIS) estarem a investigar os movimentos de protesto contra a reposição de portagens na Circular Regional Exterior de Lisboa (CREL).
De acordo com o semanário «Expresso», na sua edição de ontem, perante a contestação ao pagamento de portagens na CREL, o Governo «já pôs em campo agentes do SIS e colocou de prevenção a GNR e a PSP».
«O ministro está sempre disponível para, no Parlamento, esclarecer e debater com os deputados as questões que entendam colocar», de acordo com a mesma fonte.
O deputado do PCP, António Filipe, afirmou que vai entregar, amanhã, um requerimento na Assembleia da República, no qual questiona o Executivo de Durão Barroso se confirma que agentes do SIS estão a vigiar os movimentos de protestos contra a reposição de portagens na CREL.
«Se isso for verdade, corresponderá a uma grave arbitrariedade e violação da lei, assim como um abuso em relação às funções do SIS», serviço que tem como missão «investigar ameaças ao regime democrático e nunca manifestações justas de cidadãos».
No mesmo sentido, o presidente da concelhia de Lisboa do PS, Miguel Coelho, comentou que o SIS «está a perder tempo a investigar um legítimo direito ao protesto dos cidadãos».
«Se o SIS estiver a vigiar os movimentos de contestação, estamos perante uma atitude típica de um Governo de direita e, mais grave, perante uma grave violação da lei», advertiu o deputado socialista.