Durante os últimos quatro dias, a avaria no sistema de comportas da barragem de Fagilde tem concentrado a atenção dos serviços de protecção civil. O governador civil de Viseu disse à TSF que não há motivos para alarme.
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A barragem de Fagilde, por avaria no sistema de comportas - os cabos de aço rebentaram -, está unicamente a libertar água através de descarregadores de superfície, que se encontram a menos de um metro da sua capacidade
máxima.
Em causa estão duas localidades a jusante da barragem, Fontanheiras, concelho de Nelas, e São Gemil, Tondela, bem como cerca de uma dúzia de casas de quintas situadas margens do rio Dão.
Contudo, em declarações à TSF, o governador civil de Viseu garantiu que a situação está controlada e que não prevê a cedência da barragem.
João Vaz disse ainda que os técnicos já tentaram, sem sucesso, levantar a comporta, pelo que neste momento estão a construir material para resolver esta situação.
Quanto aos mecanismos de evacuação das populações, o governador civil de Viseu acredita que estes não irão ser activados mas garante que tudo está preparado para intervir caso seja necessário.
João Vaz assegura que «não há perigo» e que, caso exista, «as populações serão avisadas de imediato».
No local estão equipas de protecção civil distrital e nacional, da Câmara de Viseu, do Instituto Nacional da Água (INAG) e dos bombeiros.
Para o vice-presidente da autarquia e responsável pela protecção civil municipal, a responsabilidade por esta situação «é totalmente da administração central, através do INAG», que, enquanto organismo que tutela esta barragem, «deveria garantir uma permanente e eficaz gestão e manutenção da estrutura».
Entretanto, um dos elementos do INAG presentes em Fagilde disse à Lusa que «esta barragem já deveria estar sob responsabilidade da Câmara de Viseu porque é a autarquia que usufrui do equipamento».
A barragem de Fagilde é a principal fonte de abastecimento de água dos concelhos de Viseu, Nelas, Penalva do Castelo e Mangualde.
A destruição da conduta de alimentação dos depósitos é um dos riscos mais evidentes no caso de a estrutura não ser suficiente para suster a fúria das águas.