O ministro da Economia, Manuel Pinho, considerou esta segunda-feira «muito preocupante» o aumento dos preços dos combustíveis e garantiu estar à espera do estudo pedido à Autoridade da Concorrência para ter a certeza que «não existem factores anormais» a empolar a subida.
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«A situação é muito preocupante porque tem impacto sobre o poder de compra das famílias e sobre a vida das empresas», reconheceu o ministro Manuel Pinho, quando questionado pelos jornalistas sobre o aumento dos preços dos combustíveis.
Manuel Pinho falava em Aljustrel (Beja) depois da cerimónia, presidida pelo primeiro-ministro, José Sócrates, que assinalou o arranque simbólico da produção comercial do complexo mineiro local.
Apesar de sublinhar que o preço dos combustíveis é um factor que «ultrapassa» o Governo, o ministro da Economia lembrou que, no que respeita ao executivo, já foi pedido à Autoridade da Concorrência para fazer, «com urgência», um «diagnóstico» sobre a situação.
Nesse estudo, acrescentou, serão analisados «todos os factores que, eventualmente, possam estar a travar a concorrência no sector e, com isso, empolar artificialmente o aumento de preços dos combustíveis».
Manuel Pinho acrescentou que espera receber o relatório da Autoridade da Concorrência «até final deste mês ou princípios de Junho» e «mal o tenha» na sua posse irá «dá-lo aos deputados para que também se possam inteirar da situação».
«O que é um verdadeiro cúmulo é alguns políticos dizerem que o Governo fica satisfeito com esta situação», lamentou o ministro.
No último sábado, Pedro Passos Coelho, candidato à liderança do PSD, acusou o Governo de amealhar mais impostos do que previa «à boleia» do preço do crude, exortando o executivo a «estudar rapidamente» a possibilidade de baixar o IVA dos combustíveis.
No mesmo dia, o líder do CDS-PP, Paulo Portas, desafiou o primeiro-ministro a apresentar soluções «que aliviem o peso da fiscalidade sobre os combustíveis» e permitam recuperar o poder de compra dos pensionistas.
«O senhor primeiro-ministro vai ao Parlamento, na próxima semana, e espero que tenha a sensibilidade de levar soluções para dois problemas que todos os dias se estão a tornar mais sérios», afirmou o líder nacional do CDS-PP.