A situação meteorológica no Algarve e no Alentejo estabilizou depois de a forte chuva ter abrandado e de a maré ter começado a descer. Em Santa Clara-a-Velha há registo de várias casas completamente inundadas. A linha Ferroviária do Sul continua cortada com danos em várias zonas.
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O alerta amarelo no distrito de Faro vai manter-se até terça-feira à tarde, altura em que se prevê que a situação meteorológica melhore, adiantou a mesma fonte.
De acordo com Vítor Vaz Pinto, até às 17:00 o Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro tinha registado 112 ocorrências relacionadas com o mau tempo, que, depois de ter atingido sobretudo a zona do Barlavento, se deslocou para o Sotavento a meio da manhã.
Depois de ao início da manhã a chuva ter provocado cortes de estradas e inundações em Aljezur, Portimão, Silves, Messines, Lagoa e Lagos, a partir das 11:00 foram as cidades de Faro, Olhão e Tavira as mais atingidas pela intempérie.
«Previa-se que o mau tempo atingisse Vila Real de Santo António, mas felizmente isso não aconteceu», disse Vaz Pinto, congratulando-se com o facto de o mau tempo ter chegado àquela zona, bastante fustigada pelas cheias na sexta-feira, apenas pelo mar.
Ao início da tarde, a Protecção Civil previa que a chuva se deslocasse para Sotavento, mas a rotação do vento faz agora prever que o mau tempo retorne à zona do Barlavento no final do dia, acrescentou Vaz Pinto.
«Se houver outra vez mais precipitação naquela zona, a situação pode complicar-se, sobretudo devido ao estado de saturação dos solos», observou o comandante da Protecção Civil Distrital.
Entretanto, no concelho de Silves há pelo menos dois locais - Zebro e Foz do Ribeiro - isolados pela água, embora Vaz Pinto desdramatize a situação, dizendo que as pessoas estão bem e que o total de casas existentes em ambos os lugares não ultrapassa as oito.
Segundo fonte da REFER, a linha ferroviária do Sul, que liga Lisboa a Faro, vai continuar suspensa ao longo de todo o dia de hoje e ainda não há previsões de quando será reaberta.
Famílias desalojadas no Alentejo
Em Santa Clara-a-Velha há registo de cerca de 10 casas completamente inundadas, assim como várias estradas e linhas de comboio.
José Vieira, presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara-a-Velha, descreve os prejuízos: «Há várias pontes e caminhos danificados, a estada que liga Santa Clara-a-Velha a Monchique chegou a ter um metro e meio de altura de água, e várias casas ficaram inundadas».
Mais a norte, no alto Alentejo, em Campo Maior, o caudal do rio Xévora galgou as margens. Francisco Canastreiro, comandante dos bombeiros de Campo Maior, faz o balanço de uma inundação nunca vista por aqueles lados.
«Conheço pessoas que vivem há 33 anos junto deste rio e nunca viram uma coisa deste género. Há pelo menos uma família de cinco pessoas desalojada», salientou o comandante.