O primeiro-ministro, José Sócrates, considera que os portugueses estão bem informados sobre as consequências do Tratado de Lisboa e por isso pensa que não fazia sentido convocar um referendo.
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O Tratado de Lisboa será, esta quarta-feira, aprovado na Assembleia da República. José Sócrates lembrou que esta é uma boa forma de comemorar o 25 de Abril.
«Esta é uma forma particularmente feliz de comemorar a revolução democrática do 25 de Abril», disse.
Uma associação que não agradou à esquerda parlamentar como mostrou Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda: «Senhor primeiro-ministro convidava-o a deixar ao 25 de Abril o que é do 25 de Abril. O 25 de Abril não conhecia este tratado, não se fez por causa deste tratado e não aprovou este tratado como é absolutamente evidente».
Jerónimo de Sousa, do PCP, lembrou que a revolução reforçou a soberania e que agora Portugal sai a perder. «Perdeu em peso institucional e em soberania», afirmou.
O líder do CDS-PP, Paulo Portas, considera que por causa da perda da soberania era necessário um referendo: «Quando há transferência de soberanias significativas deve ser directamente a fonte da soberania a autorizá-las».
Em defesa da posição do Governo, o primeiro-ministro afirma que o Parlamento com representantes eleitos pelo povo português tem o poder para aprovar o Tratado e acredita que os portugueses concordam com esta opinião.
Por sua vez, o líder parlamentar do PSD, Santana Lopes, considera que devemos aproveitar este momento para aplicar novas receitas.
«Devemos aproveitar este momento de convergência jurídica para pormos de lado receitas que não têm dado os resultados que pretendíamos e todos em conjunto e cada um segundo os seus caminhos procurarmos novas receitas para realizar o sonho português».
O Bloco de Esquerda lembrou a proposta de José Miguel Júdice de fusão entre socialistas e social-democratas, aludindo à crise interna no PSD.
José Sócrates respondeu a esta bancada: «A vossa vontade de atacar o Governo é tal que se acontece alguma coisa à direita, se entra em crise, então também é culpa do PS».