O primeiro-ministro, José Sócrates, e o presidente do Governo espanhol, José Luís Zapatero, reúnem-se esta sexta-feira, em Badajoz, no início da XXII Cimeira Luso Espanhola, que será marcada pelos temas da União Europeia, imigração, ciência e energia.
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No sábado, ao início da manhã, antes da assinatura de acordos e da conferência de imprensa conjunta, Sócrates e Zapatero dão um passeio a pé pelas ruas de Badajoz, até ao Museu Arqueológico da cidade, onde terá lugar a reunião plenária da XXII Cimeira Luso Espanhola.
Paralelamente ao encontro entre Sócrates a Zapatero, esta sexta-feira, ao fim da tarde, estes ministros terão reuniões sectoriais com os seus homólogos espanhóis.
«Os temas que marcarão a presidência portuguesa da União Europeia (segundo semestre de 2007) estarão presentes em todas as reuniões desta cimeira Luso Espanhola», sublinhou uma colaborador do Governo de Lisboa, adiantando que as prioridades do Estado Português, no âmbito da política externa, «passam pelo aprofundamento das relações União Europeia com África e América Latina».
Na sequência da cimeira de Évora, no ano passado, em que Portugal e Espanha acordaram em instalar em Braga o Laboratório Internacional de Nanotecnologia, os dois governos querem agora em Badajoz fazer um ponto da situação da decisão então tomada e preparam-se para aprovar o processo de instalação desta valência científica.
Na cimeira de Badajoz merecerão ainda destaque os temas do combate à imigração clandestina e controlo dos fluxos migratórios -ponto em que os governos de Lisboa e de Madrid se têm batido junto de Bruxelas a favor de uma política europeia de imigração.
Em Badajoz, o tema mais delicado entre Portugal e Espanha, a debater ao longo dos dois dias de cimeira, é o do aprofundamento do Mercado Ibérico da Energia (Mibel).
Neste momento, o Governo de Madrid está a ponderar a possibilidade de o pólo espanhol do Mibel, o OMEL, poder realizar leilões de contratos a prazo, além da sua actividade no mercado diário - decisão que, de acordo com especialistas, colidirá com as competências do pólo português do Mibel - o OMIP -, comprometendo a sua viabilidade.