O primeiro-ministro, José Sócrates, chegou esta terça-feira a Maputo onde vai assinar o acordo de transferência para o Estado moçambicano da maioria do capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), até agora detida por Portugal.
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Numa breve declaração à chegada a Maputo, José Sócrates afirmou que este «é um dia histórico para Moçambique e para os moçambicanos, mas também muito importante para Portugal».
Por seu lado, o ministro das Finanças, que também acompanha o primeiro-ministro na visita, afirmou que Portugal vai ter direito de preferência em novos projectos do sector eléctrico em consequência do acordo para a venda da maioria do capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) ao Estado moçambicano.
Durante a manhã, Sócrates irá depor uma coroa de flores no mausoléu dos heróis moçambicanos, onde estão os restos mortais do primeiro presidente do país, Samora Machel, e do poeta José Craveirinha, entre outros.
Ao início da tarde, no salão nobre do Conselho Municipal de Maputo, o primeiro-ministro português e o presidente moçambicano, Armando Guebuza, assinam o acordo de reversão para Moçambique da HCB, que põe termo a mais de 30 anos de negociações entre os dois países.
A transferência para Moçambique da maioria do capital no até hoje maior empreendimento de Portugal no estrangeiro implica a redução da participação portuguesa dos actuais 82% para 15%, mediante uma compensação de 700 milhões de euros.
Moçambique passa a deter 85% e maioria do conselho de administração da HCB, empresa que fornece energia aos vizinhos África do Sul, Zimbabué e Malaui.
Um banquete de Estado, na noite de hoje encerra a visita de Sócrates a Maputo, regressando logo de seguida a Lisboa.