Um aumento ambicioso do salário mínimo foi a promessa deixada esta tarde por José Sócrates. No encerramento do congresso, este domingo, o secretário-geral do PS deixou ainda a garantia de que o aborto só será despenalizado se o sim ganhar o referendo.
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O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou hoje que irá propor ainda este mês na concertação social uma actualização progressiva ambiciosa do salário mínimo nacional nos próximos três anos.
A garantia de José Sócrates foi dada no discurso de encerramento do XV Congresso Nacional do PS, que decorreu em Santarém.
«O Governo vai apresentar na concertação social uma proposta concreta para a actualização progressiva do salário mínimo nos próximos três anos», disse o líder socialista.
Segundo Sócrates, a proposta será apresentada ainda este mês e o Governo «espera poder contar com o empenhamento de todos os parceiros sociais para um acordo sobre o salário mínimo que dignifique o trabalho, reduza as desigualdades e prestigie o diálogo social».
O secretário-geral do PS afirmou que esta medida se tornou possível «com a alteração da lei da Segurança Social, que acabou com a indexação de diversas prestações sociais ao salário mínimo».
De acordo com Sócrates, essa indexação «tem prejudicado ano após ano a actualização do salário mínimo».
«A nova alteração permite agora que se possa utilizar o salário mínimo de forma responsável, mas ambiciosa, como um instrumento de combate à pobreza e de redução das desigualdades», disse.
Sócrates vincou ainda que o seu executivo apresentou recentemente no Parlamento uma nova proposta de lei da
imigração, destinada «a favorecer a imigração legal e para
combater a clandestina».
«Mais do que palavras são estes actos que fazem do PS
um partido com consciência social», sustentou, já depois de
se ter referido à forma como decorreram os três dias de
trabalhos do congresso de Santarém.
Promover unidade do partido
«Caros camaradas e amigos, eu gostei deste congresso», disse, logo no início da sua intervenção, garantindo depois que procurou promover «a unidade interna, para que haja no PS um lugar para todos».
«Foi este o caminho que segui e será esse o caminho que, como é meu dever, continuarei a prosseguir, a bem da
unidade do partido», afirmou, recebendo muitas palmas dos
delegados.
Sócrates salientou, no entanto, que «a unidade não deve ser confundida com unanimismo». «A nossa unidade não é baseada em equívocos nem em ambiguidades, é uma unidade construída na diversidade e na pluralidade de opiniões».
A maior ovação a Sócrates surgiu quando o líder se referiu à linha política saída do congresso de Santarém.
«O PS confirmou o seu rumo. As reformas que são necessárias vão para a frente para modernizar Portugal», disse, antes de se referir ao actual momento do seu partido perante os eleitores.
«O que os portugueses dizem nas sondagens é o que já disseram nas eleições, mas que alguns recusam a ouvir: os
portugueses não querem um país adiado», declarou.