Uma sonda da Nasa captou cerca de meia centena de imagens do núcleo do cometa Borrelly. Estas informações são úteis para encontrar vestígios dos ingredientes mais primitivos, que possam estar na origem do sistema solar há 4,5 mil milhões de anos
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Uma sonda da Nasa conseguiu registar este fim-de-semana imagens da passagem do cometa Borrelly, muito próximo do núcleo de gelo e poeira.
A sonda Deep Space 1 captou cerca de meia centena de imagens a cerca de 2.190 quilómetros do núcleo, que mostram poeira e gelo a desprenderem-se do cometa.
As imagens recolhidas deve chegar hoje aos investigadores, mas não vão ser divulgadas antes de terça-feira.
«A informação obtida constituirá um contributo significativo para o conhecimento que temos hoje sobre os cometas», explicou Robert Nelson, investigador coordenador da missão junto do Jet propulsion. Laboratory da Nasa.
O Borrelly está rodeado por um véu luminoso de gás e poeira provavelmente do tamanho da Terra, mas o seu núcleo ocupa apenas um espaço de cerca de quatro quilómetros de largura por oito quilómetros de comprimento, disse Robert Nelson.
Os investigadores esperam encontrar nos cometas vestígios dos ingredientes mais primitivos, que possam estar na origem do sistema solar há 4,5 mil milhões de anos.
As imagens captadas no sábado pela sonda registam um momento particularmente activo do Borrelly, que libertou materiais que fornecem pistas sobre a sua composição.
«Recolhemos uma grande quantidade de informação sobre este astro até agora misterioso», confirmou Marc Rayman, um dos cientistas envolvidos no planeamento da missão.
No entanto, Rayman realçou que deve demorar ainda algum tempo até se descobrir todos os segredos deste cometa.
A pouca distância que separava a Deep Space 1 do Borrelly levou os cientistas a temerem que as partículas libertadas na sua passagem danificassem ou destruíssem a sonda, que completou a sua missão principal há dois anos, ao testar uma dúzia de inovações tecnológicas, mas o aparelho encontra-se em bom estado.