O único submarino português de investigação tripulado, construído na ilha do Faial, inicia esta segunda-feira uma série de testes no fundo do mar, após ter atingido, em Abril, 470 metros de profundidade.
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Segundo informou Joachim Jakobsen, o responsável pela Fundação Rebikoff-Neggeler, proprietária do submersível, o «Lula», como foi baptizado o submarino, com 8,5 metros de comprimento, será submetido a novas provas no sentido de testar todas as suas capacidades.
O «Lula» vai ser utilizado para investigação das lulas nos mares dos Açores e está preparado para efectuar filmagens e fotografias subaquáticas, sendo também um excelente veículo de apoio aos investigadores do mundo marinho.
Depois de um primeiro teste falhado em Março, devido ao mau tempo, razão que levou a abortar a viagem a apenas 20 metros de profundidade, os responsáveis pelo submarino decidiram fazer nova tentativa em Abril conseguindo aproximar o limite de capacidade do «Lula», os 500 metros.
Joachim Jakobsen revelou ter ficado satisfeito com os resultados alcançados pelo submarino, depois de tantos anos a trabalhar neste projecto, adiantando que descer a 470 metros de profundidade no mar, «é como entrar noutro mundo».
O «Lula», único submarino de investigação em Portugal, pertence a um grupo muito restrito (apenas 12) de veículos semelhantes existentes em todo o mundo.
Equipado com a mais alta tecnologia, este submarino não necessita de nenhuma embarcação de apoio, possuindo autonomia própria para cerca de uma semana.
Com capacidade para transportar duas pessoas, além do piloto, o «Lula» está equipado com um braço móvel ao qual estão incorporados uma máquina fotográfica, um vídeo, um «flash» electrónico e holofotes, permitindo, por outro lado, a recolha de objectos até 25 quilos de peso.
O processo de purificação do ar e os sistemas de segurança são controlados por microprocessadores e todos os dados sobre o rumo, velocidade, profundidade, altitude e a temperatura são registados por um computador, que permite determinar a posição do veículo a qualquer momento, assegurando uma navegação de «alta precisão».
O submarino está ainda equipado com um motor de combustão Lombardini (movido a 100 por cento óleo vegetal) de 24 KW, que atinge a velocidade de seis nós e alimenta também um compressorpara o enchimento dos tanques de ar.