O ministro-adjunto do primeiro-ministro, José Luís Arnaut, considera ser mais importante garantir uma intervenção urbana na zona ocidental de Lisboa do que dez barcos de pescadores da Docapesca.
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Em entrevista publicada hoje na revista Visão, Arnaut explica que a candidatura à organização da Taça do Mundo de Vela (America's Cup) «foi apenas o pretexto que desencadeou a situação» na Docapesca.
«Há uma vontade do governo, da Câmara de Lisboa e da de Oeiras de proceder à reconversão da zona ocidental de Lisboa. Não se justifica, nesta zona nobre, infra-estruturas e armazéns, alguns deles degradados, e uma doca que é pouco utilizada», disse o ministro.
Para Arnaut, «a American's Cup é a maior prova de vela do mundo e pode dar uma grande visibilidade a Portugal».
O ministro-adjunto estimou ainda um retorno de cerca de dois milhões de euros, ou seja, «em 2007 será responsável pelo crescimento de 0,7 por cento do Produto Bruto Interno (PIB)».
«Vão ser criados 15 mil postos de trabalho, directo e indirecto, dos quais cinco mil na construção civil, três mil na hotelaria, 1,700 na restauração e 1,400 nos transportes. Entre 2066 e 2099, com base num estudo feito há um ano, esperam-se 500 mil visitantes, dos quais cerca de dois mil jornalistas que permanecerão cerca de três meses», referiu.
José Luís Arnaut abordou ainda a agitação provocada pelos protestos dos pescadores da Docapesca referindo que «não foi positiva» e que «teve algumas consequências na imprensa internacional», mas no entanto, acredita que Portugal tem 25 por cento de hipóteses de ganhar a organização da prova, tal como os restantes candidatos: Valência, Marselha e Nápoles.
A decisão irá ser anunciada no próximo dia 26 em Genebra, tendo um jornal suíço anunciado recentemente que a escolha ia recair na cidade de Valência, depois dos protestos dos pescadores e armadores contra o encerramento da Docapesca.