O vice-presidente da TAP, Luiz Mór, admitiu esta segunda-feira que a transportadora aérea portuguesa possa fechar o ano de 2006 com resultados positivos, mas escusou-se a avançar com números concretos.
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Num encontro com jornalistas em Ponta Delgada, nos Açores, Luiz Mór afirmou que a TAP tem «fortes esperanças de fechar o ano no positivo», apesar de estar preocupada «com o contínuo aumento do combustível, mas a nossa estratégia é dar resposta a isto».
Questionado sobre se a companhia está preparada para ser privatizada em 2007, o administrador alegou que «quem vai decidir quando e como» este processo vai avançar é o Estado.
Indicou ainda que, em 2004, o peso de Portugal nas vendas de passagens e carga na TAP foi de 39,3 por cento e, em 2005, representou 36,6 por cento, enquanto que, de Janeiro a Outubro de 2006, se situou nos 32,7 por cento.
«Cerca de 67,3 por cento, ou seja dois terços da receita, advêm de fora de Portugal», disse Luiz Mór, para quem estes números evidenciam a importância que a TAP dá à competição que tem com «as grandes empresas europeias».
Depois de lembrar «a dureza» do mercado competitivo em que a TAP está envolvida, o administrador da companhia salientou crescimento nos últimos anos tem sido «muito mais fortemente fora de Portugal do que dentro» do país.
Sobre os destinos que mais cresceram em venda em Portugal, disse que os domésticos cresceram um por cento, a Europa oito por cento, América do Sul e Central 12,5 por cento, o Brasil 11 por cento e a África 39 por cento.
Luiz Mór assegurou que o «carinho» pela marca TAP tem crescido «forte nos últimos tempos» no Brasil, alegando que a empresa «tem trabalhado muito» para tentar conquistar os passageiros da VARIG.
O peso da Internet no total de vendas da TAP, que está em torno dos quatro por cento, adiantou Luiz Mór, para quem a transportadora dispõe de um portal «extremamente actualizado e agressivo», actualmente com oito idiomas, mas que vai oferecer a partir de Março 12 línguas.
Sobre a fusão com a Portugália, realçou que se trata de um desafio importante, alegando que se trata de uma empresa «muito importante» para a competição em vários mercados, mas rejeitou virem a ocorrer problemas de concorrência nos voos Porto/Lisboa.
O responsável lembrou, ainda, a «extrema dureza» das dificuldades que a TAP enfrenta, indicando que, no ano passado, foram gastos 85 milhões de euros a mais em combustível do que no anterior, e, este ano, a expectativa é que venha a gastar entre 90 a 100 milhões de euros a mais do que em 2005.