A taxa de desemprego em Portugal caiu 0,7 pontos percentuais em Janeiro deste ano, face a igual período de 2007, para 7,5 por cento, segundo dados do Eurostat. O ministro Vieira Silva considera que esta descida é sinal de «mudança».
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Apesar da descida, a taxa de desemprego está acima da média dos 27 países da Europa, que se manteve inalterada nos 6,8 por cento.
De acordo com os dados divulgados hoje pelo gabinete de estatísticas da União Europeia (Eurostat), em Janeiro a taxa de desemprego na Zona Euro manteve-se estável nos 7,1 por cento.
Em Portugal, em termos homólogos, a taxa de desemprego recuou dos 8,2 por cento verificados em Janeiro de 2007 para os 7,5 por cento hoje reportados.
Os indicadores do Eurostat revelam ainda que em Portugal, a taxa de desemprego masculina desceu pelo sétimo mês consecutivo, fixando-se em Janeiro deste ano nos 5,9 por cento (contra os 6,9 por cento verificados em igual período de 2007).
Nas mulheres, a taxa de desemprego recuou também para os 9,3 por cento, face aos 9,6 por cento de Janeiro de 2007, depois de ter permanecido quatro meses nos 9,4 por cento.
Vieira da Silva acredita que descida é sinal de mudança
O ministro do Trabalho considera que os valores da taxa de desemprego em Portugal ao longo do último ano permitem acreditar num ponto de viragem, embora admita que o desemprego continua a ser «dos problemas mais sérios da sociedade portuguesa».
Para o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, a série de dados do último ano «mostra bem uma tendência decrescente constante», que permitem acreditar que este é um ponto de viragem na situação do desemprego em Portugal.
«Os sinais apontam nesse sentido, são sinais de uma mudança que esperamos que possa ser consolidada nos próximos meses», afirmou, apontando que também o número de desempregados é menor do que há um ano, o que acontece pela primeira vez desde 2000.
«A taxa de desemprego está de facto a descer, a dar sinais significativos de descida pela primeira vez desde há uma série de anos, o que quer dizer que, depois de uma fase em que a economia portuguesa estava a criar empregos mas ainda não estava a conseguir reduzir a taxa de desemprego - porque ainda não eram suficientes face ao volume de gente que chegava ao mercado de trabalho -, agora, segundo estes dados, essa situação é já mais positiva», disse.
José António Vieira da Silva admite todavia que, apesar destes «dados consistentes», a situação económica «ainda não está devidamente consolidada para que esta evolução seja garantida».
«Não quero dizer com isto que tenhamos ultrapassado o problema do desemprego, continua a ser um problema sério, um dos problemas mais sérios da sociedade portuguesa», afirmou, assinalando que a taxa de desemprego continua a ser «mais alta do que tem sido hábito na economia portuguesa».