Está terminada a visita de José Sócrates à Venezuela, uma visita predominantemente económica. Mais de duas dezenas de acordos foram assinados entre o Estado português e o venezuelano, com destaque para os acordos da Galp. A visita fica marcada também pelas queixas da comunidade portuguesa junto do primeiro-ministro português.
Corpo do artigo
A comunidade transmitiu ao primeiro-ministro queixas repetidas de falta de segurança. Os emigrantes portugueses, sobretudo os que vivem em Caracas, salientam que nos últimos anos a criminalidade violenta se agravou e que são poucos os que têm coragem de sair a rua.
Até ontem, o primeiro-ministro foi evasivo na reposta a estas questões, limitando-se a afirmar que Hugo Chazes lhe deu garantias de empenho para mudar a situação.
Na Venezuela há também alguma expectativa entre a comunidade portuguesa por causa da situação do luso-americano Marc Gonçalves, refém das FARC há cinco anos, e a comunidade conseguiu puxar este tema para agenda do encontro entre Sócrates e Chavez.
A TSF sabe que Sócrates falou do assunto com o presidente venezuelano, afirmando que Chavez lhe reafirmou o empenho em intensificar os contactos com a guerrilha para conseguir a libertação de todos os reféns.
Ontem, a comitiva visitou uma das áreas mais ricas do mundo em reservas de petróleo, a faixa de Orenoco. Há no entanto várias dúvidas de especialistas sobre as vantagens reais do negócio que Portugal fez, de troca petróleo venezuelano por produtos e serviços.
O primeiro-ministro segue agora para o Perú para participar na cimeira da América Latina e Caraíbas com a União Europeia. A cimeira começa hoje e fecha no sábado, com segurança reforçada: cerca de 50 mil polícias foram mobilizados e contam com a ajuda de aviões de combate, um navio da armada e peritos em guerra bacteriológica e radioactiva.