Os funcionários da Citroen de Mangualde não gostaram de receber as declarações de Manuel Pinho a apelar à resolução da questão dos terrenos da fábrica pela comunicação social. Os trabalhadores acusam Manuel Pinho de «lavar as mãos» como Pilatos.
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Os funcionários da Citroen de Mangualde ficaram surpreendidos pela forma como o ministro da Economia apelou à resolução do problema relacionado com os terrenos desta fábrica, ao receberem as declarações de Manuel Pinho pela comunicação social.
Na mudança de turno ainda na quinta-feira, Jorge Abreu, da comissão sindical desta fábrica, considerou que com estas declarações o ministro quererá «como Pilatos lavar as mãos».
Este sindicalista não gostou ainda destas declarações, uma vez que fazem com que os cerca de 1400 trabalhadores da fábrica estejam a ser novamente «fustigados com esta notícia» da possibilidade de encerramento da unidade, tal como já tinha acontecido há um ano.
Ouvido pela TSF, Jorge Abreu, considerou que cabe ao próprio ministro «ser o primeiro a tomar uma posição sobre esta situação».
«Depois das afirmações que fez no ano passado e depois de um ano em que nada se fez em prol de resolver este problema dos terrenos é uma falta de consciência política», explicou.
Jorge Abreu pediu aos intervenientes neste assunto para se deixarem de «guerras políticas e cumpram as suas obrigações», ao confrontarem o «administrador financeiro desta empresa».
Este sindicalista considerou ainda que estas declarações de Manuel Pinho são uma repetição daquilo que já tinha ocorrido há um ano tendo-as classificado de «provocação».
«Aquilo que pedimos é que haja um pouco mais de respeito pelos trabalhadores desta empresa por todas as entidades envolvidas: Governo, autarquia e a própria empresa», acrescentou Jorge Abreu, que diz que «a única entidade que cumpriu foram os trabalhadores».
Jorge Abreu confirmou ainda que vai ser pedido o agendamento de uma reunião com o ministro da Economia, auatrquia de Mangualde e a Citroen.
Com este encontro, os sindicalistas pretendem prevenir o surgimento de notícias como a que foi veiculada por Manuel Pinho.
Entretanto, segundo este sindicalista, o director financeiro da empresa negou a possibilidade de deslocalização desta unidade para Marrocos.