Os trabalhadores e a administração da Johnson Controls encontram-se reunidos há longas horas em Lisboa, no âmbito das negociações sobre o montante de indemnizações a ser concedido aos funcionários devido ao encerramento de duas unidades em Portugal.
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Em cima da mesa das negociações que junta os representantes dos trabalhadores e a comissão negociadora mandatada pela companhia norte-americana de componentes de automóveis estão as indemnizações a atribuir aos operários, na sequência do encerramento das fábricas de Nelas (Viseu) e Portalegre, que deixará no desemprego 875 pessoas.
A reunião, que decorre num hotel em Lisboa, começou às 13:00, e segundo disse à Lusa um dos trabalhadores, a administração apresentou, a meio da tarde, uma contraproposta de dois salários por ano de actividade.
No último encontro entre as partes, realizado em Portalegre no final de Outubro, os representantes dos trabalhadores propuseram que as indemnizações fossem de quatro meses de salários por ano de trabalho, o que foi recusado.
Na altura, os dirigentes sindicais lamentaram a falta de acordo, considerando que a reunião «não serviu para nada».
Fonte sindical adiantou esta semana à Lusa que os trabalhadores admitem baixar ainda mais a sua proposta de indemnização para os três meses de salários.
As negociações oficiais entre a companhia e os representantes dos trabalhadores com a participação do Ministério do Trabalho surgiram depois da multinacional norte-americana ter anunciado a intenção de encerrar ambas as fábricas e iniciado o processo de despedimento colectivo.
Entre as propostas dos sindicatos para as indemnizações contam- se ainda o prolongamento do seguro de saúde, mil euros por cada filho, e o aumento dos salários em 2007 em 50 euros para todos os operários.
A administração da Johnson Controls propôs, no início das negociações, um mês e meio de salários por cada ano de trabalho, mais o subsídio de turno, como indemnização aos operários das fábricas de Portalegre e Nelas.
Na abertura das negociações, os representantes dos trabalhadores tinham proposto uma indemnização correspondente a cinco meses por cada ano de trabalho.
A multinacional norte-americana Johnson Controls, um dos líderes mundiais no fornecimento de sistemas interiores de automóveis, electrónicos e baterias, justificou o encerramento das suas fábricas em Nelas e Portalegre com «ajustes da capacidade de produção na Europa».