Termina este domingo a oportunidade de assistir à primeira peça do Teatro da Garagem no espaço do Teatro Taborda. "Ácido" inspira-se num caso ocorrido em Inglaterra, em pleno século XXI, em que 58 imigrantes sufocaram num camião frigorífico. Além desta peça, o Teatro da Garagem vai levar mais três trabalhos ao Taborda.
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Em pleno século XXI, 58 imigrantes chineses tentaram atravessar o Canal da Mancha dentro de um contentor de tomates e morreram sufocados. Este facto real inspirou Carlos J. Pessoa a escrever o texto e a reflectir sobre o desespero da miséria e suas consequências.
A peça insere-se na vontade de explorar o teatro documental, um género que olha para a sociedade, abordando artisticamente uma temática contemporânea relevante.
Este projecto teatral, revive essa viagem fatal, através da recriação de testemunhos dos clandestinos, no interior do contentor de transporte de cargas.
Mas o texto vai para além desse incidente, explorando diferentes situações com que se confrontam os imigrantes que tentam a sorte no mundo ocidental.
Além das quatro peças originais, que serão também editadas em livro, o Teatro da Garagem vai acolher no Taborda encenações de outras companhias, nomeadamente produções da Mala Voadora e do Teatro dos Aloés.
As criações próprias que o Teatro da Garagem vai apresentar no Teatro Taborda são - para além de "Ácido", "Rosa da Mouraria" e "Deep Flight", de Carlos J Pessoa, e "à Procura de Júlio César", de Carlos J Pessoa a partir da obra homónima de William Shakespeare.