Nos bastidores do Congresso do PCP, a TSF online encontrou Elena Mora, uma bonita ruiva, militante do Partido Comunista norte-americano, que explicou como é ser comunista no país do «grande capital» e dos hamburguers
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A luta contra o capitalismo e imperialismo é um móbil antigo dos partidos comunistas cujo maior representante e ameaça se encontram figurados nos Estados Unidos. Persiste ainda o mito do anti-comunismo, agravado durante a guerra fria, época em que a militância comunista era proibida, tal como a luta dos trabalhadores através dos sindicatos.
TSF online
Nos bastidores do Congresso do PCP a TSF online procurou Elena Mora, uma bonita mulher, ruiva, de 41 anos, representante do partido comunista norte-americano (CPUSA), presente junto com delegações de outros países.
Bem disposta e conversadora, Elena falou sobre ser comunista «no maior império capitalista do mundo», onde é funcionária do partido há 21 anos. «Nos últimos dois anos as coisas melhoraram, pois a constituição mudou para os sindicalistas, os trabalhadores já perceberam que nós lutamos», explica Elena. Para a militante, é um trabalho árduo porque «são poucos os militantes activos no partido», «somos pouco mais que 10 000 num país tão grande e com as características dos Estados Unidos».
Gesticulando rapidamente, Elena explica que «é difícil manter um trabalho organizado porque há muitos militantes que entram e saem e não são activos. Alguns dedicaram-se à causa na internet, o que é positivo, mas sofremos uma grande quebra no número de participantes com a queda da União Soviética».
Elena afirmou sentir-se muito comovida com o ambiente do Congresso, afirmando que lhe «chegaram as lágrimas aos olhos», e acrescentou:«venho de um país tão grande com um partido tão pequeno, e aqui um país tão pequeno, com um imenso partido e tantos trabalhadores...». A conversa seguiu fluidamente sobre as várias diferenças entre ser comunista em países europeus e na América. E Álvaro Cunhal? «Já li coisas escritas por ele e considero-o, tal como outros militantes da sua geração, um verdadeiro herói».
Eleições EUA: «um perigo para os americanos»
Confrontada com a questão das eleições norte-americanas, Elena considera ser «um perigo para as pessoas se George W.Bush vencer», pois ele «representa uma linha de extrema-direita que vem na sequência de Ronald Reagan» e explicou que houve muitas ilegalidades praticadas por parte da sua campanha para tentar conquistar a vitória.
No decorrer da campanha das eleições americanas o CPUSA mobilizou organizações de mulheres, de trabalhadores e das várias etnias, chamando a atenção para os problemas da sociedade americana. E Ralph Nader? «Em relação a Ralph Nader achamos que ele tem projectos muito válidos mas tentámos convencê-lo a desistir da campanha devido ao perigo eminente para os americanos de uma eventual vitória de Bush». Elena acrescenta: «não é que elogiemos Gore, até porque ele não merece, mas seria mais positivo para os cidadãos se ele vencesse.»
Questionada acerca da tradicional Coca-cola e hamburgur, Mora responde: «Bolas! Essa é a pergunta mais difícil! Assim, vão descobrir as minhas fraquezas ideológicas! Coca-cola não gosto e nunca gostei, em relação aos hamburguers...desde a história das vacas loucas desisti do bife!».