A greve não seria grave se não estivesse para a conjuntura política como o boletim meteorológico para o clima que se sente na pele. Confirma-se de facto o mau tempo.
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Há uma revolta da natureza. Cresce a crispação social. Grande parte da sociedade manifesta-se contra o estado. Estamos em crise não apenas financeira mas sobretudo na chamada economia verbal. Já não se poupa nas palavras.
Fala-se barato sobre coisas caras, como o futuro do país por
exemplo, e pouca gente reconhece algum valor facial ao politiquês corrente.
Neste contexto, sem aulas e sem consultas, Portugal perde tempo na lista de espera com intervalos que se transformam em recreios e manifestações que nem sequer trazem a imaginação para a rua nas palavras de ordem.
O país está triste, a política pantanosa, o parlamento escorregadio, o governo em derrapagem, a oposição sem travões. O presidente farta-se de fazer sinais de transito, mas o acidente parece cada vez mais inevitável.
Dizer isto nesta manha de inverno talvez seja chover no molhado, mas já não há alertas vermelhos que resultem quando os portugueses continuam a esperar que D. Sebastião traga faróis de nevoeiro.
Palavras Cruzadas
Crónica diária, de segunda a sexta, às 10h30m