Três autores portugueses de protótipos de inventos saíram de Genebra com uma medalha ao pescoço. Virgílio Preto recebeu a medalha de ouro pela sua unidade de aproveitamento de energia de ondas do mar para reconversão em energia eléctrica.
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Os três protótipos de inventos portugueses que estão no 20º Salão Internacional de Genebra a encerrar domingo foram distinguidos com uma medalha de ouro e duas de prata.
A medalha de ouro foi para uma unidade geradora de energia eléctrica, com diversas concepções inovadoras no aproveitamento da energia de ondas marítimas, segundo disse hoje à Agência Lusa o presidente da Associação Portuguesa de Criatividade, Camilo Rodrigues.
Uma medalha de prata foi atribuída a um dispositivo electrónico para medição e temporização de líquidos, nomeadamente de urinas de transplantados, por forma a uma medição mais rigorosa e eficaz assim como reduzir o peso de intervenção manual dos enfermeiros, da autoria de António de Almeida Matias (enfermeiro).
Outra medalha de prata foi para um sistema electrónico de emissão de sinais através de accionamento das luzes intermitentes de veículo, que seriam recebidos por veículos equipados com o mesmo sistema, num raio de acção e direccionalidade previamente determinados, e que poderiam ser complementados nas auto-estradas utilizando como condutores as barreiras de protecção, de autoria do técnico de electrónica Helder da Silva.
Virgílio Marques Preto, engenheiro civil que viu a sua unidade de aproveitamento de energia de ondas do mar para reconversão em energia eléctrica ser premiada com a medalha de ouro, disse à Lusa, desde Genebra, que o seu objectivo principal é construir em Portugal uma unidade piloto de três megas para abastecimento de uma população de cerca de 5 000 habitantes.
Adiantou que para avançar no projecto são necessários 700 mil contos com o retorno do capital investido há volta de sete anos e meio, segundo o estudo económico.
A esse propósito, adiantou que sem os apoios das entidades oficiais e privadas não tem possibilidade de desenvolver o projecto.
Referiu que, o seu invento enquadra-se no Plano Operacional de Economia, que prevê para energias renovadas um investimento de cerca de 100 milhões de contos.
O Presidente da Associação Portuguesa de Criatividade (APC), Camilo Ferreira Rodrigues, considerou positiva mais uma vez a representação portuguesa no Salão de Genebra, este ano reduzida a metade.
Alertou para a necessidade, agora através da Agencia de Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, de apoiar os inventos portugueses nas exposições internacionais.
Para Camilo Rodrigues, a necessidade de estabilização deste tipo de financiamento é crucial para que a APC mantenha uma imagem de credibilidade no Salão de Genebra, sendo que as dificuldades habituais de preparar a delegação portuguesa não dão uma boa nota à organização, contrastando com a qualidade dos inventos.