Esta segunda-feira, um utente da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) reclamou uma indemnização mínima de cinco contos porque o motorista de um autocarro impediu o seu filho de efectuar a viagem, mediante a apresentação do relógio «Nicolau», exigindo um documento.
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A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) está a ser alvo de um processo de um utente que exige uma indemnização mínima de cinco mil escudos pelo facto de um motorista ter impedido o filho entrar no autocarro, usando simplesmente o «relógio passe Nicolau». O motorista exigiu a apresentação do papel que acompanha a embalagem do relógio, mas segundo o utente tal não é necessário.
O «Nicolau» é um título de transporte válido para toda a rede da STCP, na época natalícia, um passe lançado propositadamente para o efeito, a 7 de Dezembro, pela quantia de 1.500 escudos (7,48 euros), e que permite aos utentes realizarem um número ilimitado de viagens.
Segundo o queixoso, Luís da Silva, o motorista que se encontrava de serviço na Linha 7, a 20 de Dezembro, cerca das 16:30 horas, em Leça do Balio, exigiu ao seu filho a apresentação do papel que acompanha a embalagem do relógio, mas em seu entender, este não é obrigatório.
O queixoso enviou uma carta à companhia, na qual afirma que «o rapaz já tinha realizado mais de duas dezenas de viagens com o relógio, sem que tivesse sido exigido o papel, incluindo elementos da fiscalização».
Passados 45 minutos, Luís e seu filho entraram noutro autocarro, e seguiram até ao Centro de Saúde, o destino da viagem, mas devido ao atraso, o «rapaz» perdeu a vez da consulta, que acabou por ser adiada para Fevereiro.
Luís da Silva salienta «a pouca educação do motorista em causa», contando que quando lhe solicitou a identificação, o indivíduo apenas lhe respondeu apontando para o número da viatura.
A indemnização foi reclamada, esta quinta-feira, porque o utente quis ter a certeza de que o papel não era obrigatório. Nos dias seguintes, o queixoso informou-se junto de várias dezenas de motoristas sobre a legitimidade do procedimento e nenhum disse ter instruções para exigir o tal papel.
Luís da Silva diz que houve excesso de zelo, abuso de autoridade e falta de articulação nas instruções transmitidas aos motoristas. Até ao momento não há qualquer resposta ao sucedido por parte da STCP.