O ex-presidente do Benfica João Vale e Azevedo, que se encontra detido em prisão preventiva, foi suspenso por dez anos pelo Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, noticia, esta sábado, o semanário «Expresso».
Corpo do artigo
João Vale e Azevedo foi condenado, segundo o semanário, por ter lesado dois clientes no negócio, falhado, da compra da Quinta da Ribafria, situada em Sintra e propriedade do Partido Social Democrata.
Os clientes de Vale e Azevedo queixaram-se à ordem alegando que o advogado os tinha burlado em cerca de 300 mil contos.
Contactado pela Agência Lusa, o ainda bastonário da Ordem dos Advogados, António Pires de Lima, disse «desconhecer» o teor da acusação e da sentença contra Vale e Azevedo já que, explicou, «quem julga em primeira instância são os Conselhos Distritais da Ordem».
«Tenho pena que estas situações aconteçam, mas mantenho a minha confiança nas pessoas que julgaram o doutor Vale e Azevedo», afirmou.
Pires de Lima acrescentou também que a decisão do Conselho Distrital «não é definitiva» pelo que Vale e Azevedo poderá ainda recorrer para o Conselho Superior da Ordem dos Advogados e, caso volte a ser condenado, para os Tribunais Administrativos.
Num eventual recurso aos tribunais administrativos, o antigo dirigente do Benfica terá, no entanto, que requerer também a «suspensão da eficácia» da condenação proferida pelo Conselho Superior da Ordem para continuar a exercer.
Com a possibilidade concedida legalmente de recursos, quer para o Conselho Superior da ordem dos Advogados, quer para os Tribunais Administrativos, à condenação de Vale e Azevedo não deverá transitar em julgado antes de 24 meses.
De acordo com o Expresso, o Conselho Distrital da ordem dos Advogados condenou ainda a dois de suspensão o causídico e ex-governante Sousa Brito pela sua conduta enquanto representante de uma empresa estrangeira na compra de uma propriedade em Oeiras.