Valentim Loureiro considera que as funções que desempenha na Metro do Porto justificam os gastos com despesas de representação. Valentim Loureiro e Narciso Miranda são dois dos casos que o Tribunal de Contas considera terem abusado do "plafond" dos cartões de crédito da Metro do Porto em 2003 e 2004.
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O tribunal questiona os critérios de atribuição de cartões de crédito da empresa a administradores não executivos.
Para além do vencimento e das despesas de representação, o tribunal afirma que estão ainda incluídas nas contas da Metro do Porto despesas com cartões de crédito que totalizam perto de 4 mil e 500 euros por mês.
O Tribunal de Contas (TC) estranha este nível de gastos em administradores não executivos.
Mas Valentim Loureiro considera justo que, como administrador, tenha acesso a despesas de representação.
«As pessoas têm de ser remuneradas nas suas actividades, não apenas pelo que fazem mas pela responsabilidade que têm. Nós temos muita responsabilidade porque estamos à frente de uma empresa que movimenta milhões e milhões de euros por mês», salientou.
O TC considera que não se justificam os cartões de crédito, com um limite máximo de utilização ("plafond") de quase 1.250 euros mensais, para administradores não executivos, e que bastaria o reembolso pela empresa dos valores de facto despendidos, contra a apresentação do respectivo comprovativo.
Valentim Loureiro garantiu que aquele "plafond" nunca foi ultrapassado e que, aos cerca de 1.250 euros mensais, são deduzidos 40 a 42 por cento para IRS, pelo que, no máximo, cada administrador pode utilizar «750 euros por mês».
«É uma infelicidade que, volta por volta, os autarcas sejam sempre os bodes expiatórios. Despesas de representação têm todas as pessoas que exercem funções a nível público. Toda a gente tem», frisou.
«Ninguém pense que eu ando aqui atrás de tachos para ganhar dinheiro. Nada disso», afirmou Valentim Loureiro, sublinhando que a lei o impede de ganhar fora da autarquia, no total, mais de um terço do que aufere como presidente da Câmara de Gondomar.