A vida, sob a forma de micróbios, apareceu na Terra há 3,4 mil milhões de anos, ou seja 16 milhões antes do que é geralmente aceite, indicam hoje dois investigadores na revista científica britânica Nature.
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Análises feitas no recife de corais conhecido como Buck Reef Chert, na África do Sul, que data de há 3,416 mil milhões de anos, mostram que se formou por camadas de sedimentação clássicas e que a maior parte da matéria constituída por carbono teve na sua origem organismos fotossintéticos.
Os autores da análise, Michael Tice e Donald Lowe, da Universidade de Stanford, consideram que o seu trabalho deverá pôr termo ao debate sobre a data da origem da vida na Terra.
Já outros investigadores tinham encontrado elementos que remontavam essa origem aos inícios do pré-câmbrico, há mais de 3,4 mil milhões de anos, mas essa teoria foi contestada porque os elementos fósseis na base da conclusão resultavam de fontes hidrotermais que escoavam no oceano.
Os trabalhos de Tice e Lowe, segundo afirma Nicolas Beukes (Universidade Rand Afrikaans, África do Sul) num comentário também publicado na Nature, «fazem avançar claramente a causa da existência de organismos fotossintéticos nos inícios do pré-câmbrico».
Na sua perspectiva, «eles apresentam provas convincentes de que a matéria orgânica preservada nas rochas (da barreira de coral) tem origem biológica e não hidrotermal», nomeadamente devido «à sua reconstrução do ambiente em que se formou o Buck Reef Chert» por sedimentação.