O Procurador-geral da República considerou que a violência no Porto «está longe de ser desmantelada e controlada» e que por isso são necessárias medidas. Em entrevista ao Correio da Manhã, Pinto Monteiro assegurou ainda que Helena Fazenda irá continuar à frente desta investigação.
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O Procurador-geral da República considerou que a violência e criminalidade no Porto «estão longe de ser desmanteladas e controladas» e que se não forem «tomadas medidas adequadas, regressarão em breve».
Em entrevista ao Correio da Manhã, Pinto Monteiro admitiu que ainda existem «muitos factos a investigar», tendo mostrado-se confiante de que «todos os intervenientes no processo vão colaborar e o poder político vai apoiar inequivocamente a actuação do Ministério Público».
Na entrevista que concedeu, o PGR considerou ainda que esta questão é «demasiado grave» para ser tratada na praça pública e que está «cansado de ler e ouvir tanta mentira e meias verdades».
Pinto Monteiro confirmou, contido, que a investigação «vai prosseguir sob a coordenação da senhora procuradora Helena Fazenda, que é a pessoa certa no lugar certo».
O procurador-geral falou também sobre a "Operação Furacão" para dizer que esta tem de «acabar em 2008» e para dar os parabéns ao ministro das Finanças, Teixeira dos Santos e ao secretário de Estado, João Amaral Tomaz, pela colaboração dada.
«Uma coisa que falta em Portugal e no Ministério Público tem sido a humildade de reconhecer que os técnicos de finanças destacados na 'Operação Furacão' têm prestado um auxílio óptimo», acrescentou.
Nesta entrevista, Pinto Monteiro aproveitar para criticar a posição do Governo em relação ao Código do Processo Penal, ao estatuto dos vínculos e carreiras e na questão dos prazos de investigação de alguns processos.
O procurador tentou também fazer um balanço em termos de Justiça do ano de 2007 para dizer que foi um ano em que se «procurou diminuir» o sentimento de impunidade que existe em Portugal em vários campos.
«Procurei que as pessoas acreditassem na Justiça. A Justiça portuguesa não é nem boa, nem má, digamos que é assim-assim, mas se o cidadão não acreditar nela será sempre má», explicou.