O presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas entende que está a ficar fora de controlo a situação da violência em alguns bairros do norte de Paris. À TSF, Carlos Pereira diz que há portugueses na área, mas não sabe se alguns deles foi detido.
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O presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas considera que o governo francês está a perder o controlo da situação de violência generalizada que grassa no norte de Paris há sete dias consecutivos.
Em declarações à TSF, Carlos Pereira lembrou a condição degradada destes bairros na região de Seine-Saint-Denis e as enormes dificuldades em que as famílias vivem nesses locais.
«Há uma taxa de desemprego muitíssimo elevada em cidades que foram feitas para que ninguém lá morasse. Lá existem torres onde estão muitas famílias muitas vezes sem trabalho, sem acesso ao ensino, sem transportes e nenhuma animação, onde nada se passa. Isso leva a uma situação explosiva», explicou.
Carlos Pereira acrescentou ainda que em determinados destes locais a polícia não consegue entrar e que a vontade dos habitantes dessas regiões é apenas a de sair de lá.
Este responsável confirmou que há portugueses neste tipo de bairros, mas sabe dizer se haverá jovens portugueses ou luso-descendentes envolvidos nestes confrontos.
«Não conheço nenhum, porque é difícil estar a dizer se há ou não. Mas é natural que haja portugueses nestes confrontos. É provável que haja portugueses detidos, mas não se sabe, porque os luso-descendentes são franceses e portanto em qualquer anúncio são referenciados como franceses», disse.
Carlos Pereira indicou ainda na generalidade dos casos por se tratar de pessoas muito jovens os seus nomes nem sequer são tornados públicos para «não prejudicar os jovens».
Esta quinta-feira de madrugada verificaram-se diversos actos de violência em bairros a norte e leste de Paris, tendo-se mesmo registado tiros na região de La Courneuve.
Houve veículos incendiados e mesmo a pilhagem de instalações da polícia em Aulnay-sous-Bois. Uma escola primária e um ginásio também foram incendiados.