O ministro do Interior espanhol, José António Alonso, anunciou esta terça-feira que vai ser investigada a possível passagem por aeroportos espanhóis de voos "secretos" norte-americanos, com alegados suspeitos de terrorismo a bordo e com destino a cadeias noutros países.
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Em declarações aos jornalistas, Alonso disse que, a confirmar-se que esses voos de facto ocorreram, representariam «factos gravíssimos e não toleráveis» que violariam as normas em vigor e poderiam «afectar o nível de relacionamento entre governos».
Os comentários de Alonso surgem depois de o jornal El Pais ter noticiado hoje que o Centro Nacional de Inteligência espanhol(CNI, serviços secretos) pediu formalmente à CIA que deixe de usar aeroportos espanhóis em voos secretos, incluindo para o transporte de detidos por terrorismo.
Em manchete, o jornal refere que o pedido foi feito na sequência de um relatório da Guarda Civil do passado mês de Junho no qual são referenciados 10 voos, supostamente usados por agentes da CIA e que fizeram escala em Palma de Maiorca.
Segundo fontes do governo espanhol, a CIA nunca admitiu oficialmente o seu vínculo com os voos, ainda que esse relacionamento não seja posto em dúvida pelas autoridades espanholas.
Os interlocutores da CIA terão, segundo as mesmas fontes, «tomado nota» da advertência espanhola de que qualquer incidente com estes aviões (incluindo um problema de saúde ou falecimento de um dos seus passageiros) poderia originar um incidente diplomático entre os dois países.