
Empreendedorismo, formação, gestão de risco e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Estes foram alguns dos temas debatidos no 5.º Zome Meet Up, realizado no W Hotel, em Albufeira, e que encerrou o ciclo de conferências comemorativas do 5.º aniversário da marca.
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Num debate repleto de experiência e conhecimento, o 5º Meet Up da Zome, mediadora imobiliária 100% nacional, foi uma verdadeira inspiração para quem procura evoluir como profissional e gestor do seu negócio e da sua própria vida. O tema "Mindset de Crescimento: O Combustível para a Inovação e Expansão do teu Negócio", trouxe como palestrantes Rita Piçarra, ex-CFO da Microsoft Portugal, TEDx Speaker, "recém-reformada" aos 44 anos e autora do livro "A Vida Não Pode Esperar", e os especialistas de mediação imobiliária Miguel Aguiar, Chief Expansion Devoloper na Zome, Reinaldo Teixeira, CEO da Garvetur |Enolagest e Paulo Dinis Silva, Broker Owner do grupo CENTURY 21 Realty Art, tendo a moderação do debate cabido a Patrícia A. Cardoso, especialista em Branding e Design para negócios e sócia e co-Fundadora
da Amarca.
Mentalidade de crescimento
Para Rita Piçarra, é essencial existir nos colaboradores um growth mindset, na perspetiva de adquirir novas competências que se possam traduzir não só numa adaptação a uma realidade em permanente mudança, mas também no contributo para o sucesso da empresa. Miguel Aguiar complementa, afirmando ser essencial ter sempre em perspetiva como podemos acrescentar valor, de modo que empresas e colaboradores possam alinhar objetivos e crescer em conjunto.
Empreendedor ou empresário?
Para Paulo Dinis Silva, é muitas vezes difícil conjugar de forma competente estes dois perfis no mesmo indivíduo, ou seja, ter ideias e implementá-las. Já para Reinaldo Teixeira, é importante "não ter receio de fazer mais, de assumir compromissos e desafios", assim como "ter a capacidade de juntar pessoas que estejam presentes de forma aberta, e com vontade de fazer".
Relação com o risco e o medo de "falhar"
Numa das perguntas da audiência, relacionada com os insucessos, Rita Piçarra acaba por dizer, de forma irónica, que "errar em Portugal é cadastro, mas nos Estados Unidos é currículo". Já neste tema, Paulo Dinis Silva diz que é essencial sabermos levantarmo-nos depois de um projeto que não funcionou. A este propósito, Reinaldo Teixeira questiona se "errar é tentar e não conseguir ou não tentar?" Neste ponto, os palestrantes concordam que o importante é manter a resiliência, adiantando Miguel Aguiar que neste ponto é fundamental incorporar o "conceito" de fail fast, para depois se andar rapidamente para a frente.
Gestão do risco
A aversão ao risco pode ser um impeditivo do crescimento. Neste ponto, Paulo Dinis Silva afirma até que o investimento imobiliário é tradicionalmente mais conservador relativamente a outros mercados, como o mercado acionista ou as criptomoedas. "Os clientes gostam de estabilidade, e muitas vezes fala-se em empreendedorismo e disrupção quando este é um negócio que envolve segurança", refere o Broker Owner da CENTURY 21 Realty Art. Na sua opinião, e uma vez que os consultores disputam proprietários e compradores, aconselha alguma prudência, porque o perfil de quem compra e vende é o de quem procura segurança e estabilidade. Reinaldo Teixeira acrescenta que o imobiliário é um investimento que traz rendimento e valorização, mas faz a distinção entre o risco na mediação ao assumir um investimento e o de assumir a promoção imobiliária de outro investimento. "Este é um setor em que grande parte da remuneração é variável. Há que criar um redimento estável para depois, através da meritocracia, gerar-se uma remuneração variável".
Empreendedorismo, formação, equilíbrio entre a vida pessoal e literacia financeira são os motores do crescimento sustentável de pessoas e empresas.
Ambição, equilíbrio e dinheiro
Noutra questão ao painel, relacionada com o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, a autora do livro "A Vida Não Pode Esperar", refere três grandes pilares: a ambição, o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, e o dinheiro. Numa análise mais fina, Rita Piçarra refere que a ambição é a vontade de querermos ser melhores e não pararmos de fazer aquela pergunta que muita gente deixou de fazer quando se termina o curso: "o que queremos ser quando formos grandes?" Na gestão entre vida profissional e vida pessoal, recorda o exemplo da sua geração que sempre colocou o trabalho e os outros (filhos, pais, companheiros) como prioridades, esquecendo-se do "eu" e entrando, muitas vezes, em burnout. Finalmente, o dinheiro, diz respeito à relação que em Portugal se tem com a própria palavra. É um assunto tabu, muitas vezes "sob consulta", refletindo-se também na gestão diária, dando o seguinte exemplo: "Nas conferências que dou costumo fazer a pergunta de quanto é que as pessoas gastaram em alimentação no mês passado e apenas 10% sabe a resposta". Rita Piçarra refere que estes são os 3 grandes pilares que permitiram a sua "reforma" antecipada aos 44 anos, mas recorda que, para ela, esse planeamento começou aos 27 anos.
Somos o reflexo das 5 pessoas com quem mais falamos
Outra pergunta de ouvintes foi que estratégias podemos aplicar no setor imobiliário para fomentar um ambiente de inovação, evolução e aprendizagem contínua. Miguel Aguiar responde dizendo que "somos a média das 5 pessoas com quem falamos mais", afirmando que uma das melhores estratégias pode passar por nos rodearmos de pessoas que nos desafiem, que nos tirem da nossa zona de conforto e que nos façam pensar e crescer.
Ligação entre ensino e mundo real: manual para o empreendedorismo
Será que os recém-licenciados estão preparados para o mundo dos negócios e para serem empreendedores? Paulo Dinis Silva acha que não, e que muitas vezes são as empresas que acabam por formar e procurar os conteúdos para que os colaboradores tenham uma perceção diferente do mundo dos negócios. Na sua opinião, disciplinas de negócio e de educação financeira deveriam ser fundamentais nas universidades. Já para Miguel Aguiar, uma das características mais importantes que se podia ensinar na universidade seria a resiliência que, na sua opinião (à semelhança do que existe em muitas universidades nos Estados Unidos), poderia materializar-se através do desporto de alta competição. Rita Piçarra concorda com ambos, referindo ser importante aprender educação financeira, fiscalidade e finanças, mas sobretudo, resiliência e adaptabilidade. Ricardo Teixeira afirmou ser muito importante que os empresários partilhem com as universidades não só o seu conhecimento, mas também as necessidades do mundo empresarial, contribuindo assim de forma mais assertiva para a elaboração de conteúdos que possam depois fazer a diferença no mercado de trabalho.
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