Viagem Medieval em Santa Maria da Feira: onde o passado é futuro

Nesta edição particularmente especial, que assinala a criação do Condado da Feira por D. Afonso V, a Viagem Medieval arranca com uma homenagem contemporânea. “Filhos da Viagem” é um espetáculo multidisciplinar que cruza dança, vídeo, música e fogo, numa celebração de todos os que construíram — e continuam a construir — este evento.

Aberto à participação dos feirenses nascidos a partir de 1996 (ano da 1.ª edição da Viagem), o espetáculo divide-se em três momentos: da construção simbólica de uma cidade sonhada à participação das associações e figuras centrais da comunidade, até ao tradicional içar da bandeira na Nau, junto à Casa do Moinho.

O espetáculo acontece no dia zero do evento, a 29 de julho, no Terreiro das Guimbras, e será a ponte entre a memória, o presente e a herança futura. Não é uma recriação medieval, é uma afirmação viva de identidade.

Uma cidade transformada

De 30 de julho a 10 de agosto, o centro histórico da Feira transforma-se num território vivo com mais de 30 hectares de experiência imersiva. A narrativa deste ano parte da figura de D. Afonso V — “o Africano” — e das suas ligações à fundação do Condado da Feira. É a partir desta base que se constrói uma programação original e contínua, com espetáculo todos os dias, em todas as praças.

O público pode assistir a grandes formatos cénicos como “O Discurso do Rei” (no castelo, às 23h), “Paixão e Conquista”, “O Último Cruzado”, “Grito das Bailias” ou “Conselho Régio”, mas também mergulhar em dezenas de núcleos temáticos distribuídos pelo recinto. Há demonstrações de ofícios, oficinas ao vivo, zonas sensoriais, tabernas, ruelas animadas, e muito mais. Os Banhos de S. Jorge, por exemplo, são uma paragem obrigatória para repouso e contemplação, com infusões e harpa ao vivo.

Entre os muitos espaços que vale a pena descobrir estão os Arqueiros d’El Rei, Castelo de Rui Pereira, Danças de Corte, Feira Franca, Festim, Granja dos Animais, Lago dos Feitiços, Mercado Municipal, Palanque, Pequenos Guerreiros, Sentir do Guerreiro, Torneios, Terreiro dos Ofícios e o Treino dos Escudeiros. A cada esquina, um tempo diferente. E um convite a viver mais devagar.

Horários e funcionamento

• Viagem Medieval: de 30 de julho a 10 de agosto
• Espetáculo “Filhos da Viagem”: 29 de julho, às 22h00, no Terreiro das Guimbras
• Dia 29: acesso livre; apenas Feira Franca e áreas alimentares em funcionamento (18h00 às 01h00)
• De 30 julho a 10 agosto: <ul> <li>Segunda a sexta: das 13h30 às 00h30</li> <li>Sábados e domingos: das 12h00 às 00h30</li> </ul>

Mais de 100 espetáculos, 12 dias, 30 hectares de história viva, 2 mil intervenientes e uma cidade inteira em festa. A Viagem Medieval é muito mais do que uma recriação. É um país a celebrar as suas raízes.

Bilhetes e modalidades

O acesso ao recinto pode ser feito com bilhete diário, pulseira de acesso (válida para os 12 dias) ou pulseira real (com ofertas exclusivas e merchandising). A entrada é gratuita para crianças até aos 5 anos.

Percorra o programa completo aqui.
E para mais informações e preços dos bilhetes, aceda a este link.

Um evento feito por todos, para todos

A edição 2025 envolve mais de 2 mil participantes: técnicos, criadores, voluntários, associações, artesãos e figuras da comunidade. A programação é integralmente original e criada localmente, desde os textos aos figurinos, dos adereços aos cenários.

Com um plano de acessibilidade reforçado, a Viagem oferece visitas com audiodescrição, intérprete de LGP, programa em Braille e percursos adaptados a mobilidade reduzida.

Através do projeto “Filhos da Viagem”, do envolvimento de escolas, coletividades e famílias inteiras, a Viagem Medieval deixa claro que não é só memória: é presente vivido e futuro desejado.

A Viagem não é só um evento. É uma comunidade inteira a manter viva a sua história, de geração em geração.

Ouça aqui o Terra a Terra, o programa especial da TSF Terra-a-Terra gravado em Santa Maria da Feira, com os protagonistas da Viagem Medieval.

Na Feira, não se encena apenas o passado.
Ergue-se todos os verões uma ideia viva de identidade, de futuro e de pertença.
A Viagem Medieval é o que somos. E o que escolhemos continuar a ser.