No ano passado, foram diagnosticados mais de 10500 casos de cancro colorretal em Portugal.
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O cancro colorretal é "um cancro que surge no intestino grosso", e é essencial que as pessoas "estejam atentas aos sintomas", para uma análise precoce, na fase inicial do cancro. As sugestões são dadas por Manuela Machado, diretora do Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga e membro da direção do Grupo de Investigação do Cancro Digestivo.
Manuel Machado explica que apenas cinco por cento dos pólipos no intestino "tem transformação maligna", mas o cancro colorretal "é um problema de saúde grave, sendo a segunda causa de morte mundial".
"Mesmo no ano passado, com a pandemia, ocorreram dois milhões de cancros colorretais em todo o mundo. Em Portugal, foram diagnosticados mais de 10500 casos, e 4300 mortes. São números que marcam e que demonstram a gravidade da doença", acrescenta.
A vice-presidente do Grupo de Investigação do Cancro Digestivo afirma que as causas para este tipo de cancro não são evidentes, podendo estar associadas a outras doenças ou um histórico familiar. Os fatores de risco são "a idade, os estilos de vida ou o consumo excessivo de álcool".
Manuela Machado frisa, diversas vezes, a importância dos rastreios, uma vez que o cancro colorretal pode ser assintomático. "O nosso grande objetivo é detetar o cancro numa fase inicial, porque a probabilidade de cura é bastante mais elevada", alerta.
Além de sangue nas fezes, um dos sintomas da doença pode ser cansaço, mas Manuela Machado salienta "que estas queixas podem não traduzir-se num cancro". Ainda assim, "é importante estar alerta".
"A importância de um diagnóstico precoce é mesmo muita", sublinha, acrescentando que "os rastreios podem mesmo evitar o aparecimento de cancro". A taxa de sucesso de cura é baseada no estado da doença, como explica a médica.
Quanto às colonoscopias, que é um exame que permite visualizar o intestino e remover pólipos, Manuela Machado adianta que as regras da Direção-Geral da Saúde indicam que o primeiro exame deve ser feito após os 50 anos.
Em Conversa com Mentes Curiosas é uma parceria da TSF com a Merck, que dá a conhecer o trabalho que se faz na área da saúde em Portugal, as necessidades dos doentes, dos seus cuidadores e o contributo da Merck para melhorar a vida dos doentes. Desde as dificuldades dos casais em concretizarem o sonho de ter um filho, à realidade do cancro em Portugal, passando pela esclerose múltipla e a imunologia.
Nesta rubrica partilharemos as histórias e as realidades dos doentes, as perspetivas de médicos, da indústria e das associações, porque ideias brilhantes nascem de mentes curiosas.