Grupo de Estudos de Esclerose múltipla. "Trabalhamos todos para o mesmo: conhecer melhor a doença"
Maria José de Sá, presidente do Grupo de Estudos de Esclerose Múltipla, fala sobre as limitações da doença.
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No dia 4 de dezembro celebrou-se o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, e na rubrica Em Conversa Com Mentes Curiosas voltamos a falar sobre o tema. Maria José de Sá, presidente do Grupo de Estudos de Esclerose Múltipla (GEEM) explica que a doença é crónica, "e se agrava consoante o passar do tempo".
Com os progressos na ciência, os tratamentos permitem que os doentes "consigam ter uma vida perto do normal". "Quando a doença é diagnosticada de forma precoce, é possível com os imunossupressores atrasar a progressão da doença", explica Maria José de Sá.
A presidente do GEEM admite que o tratamento é complexo, "com três braços", com tratamentos que se podem dar desde o primeiro sintoma, e onde é necessário "o trabalho de várias pessoas em que todos têm um papel a desempenhar", principalmente o doente e o neurologista.
Já sobre o papel do grupo de estudos para melhorar a vida dos doentes, Maria José de Sá explica que o grupo "começou nos anos 90 quando surgiu o primeiro medicamento", e juntou "os neurologistas que se dedicavam à esclerose múltipla".
O objetivo "é contribuir para que haja uma investigação nacional e colaborar com as entidades internacionais". "Trabalhamos todos para o mesmo: conhecer melhor a doença", atira.
O país está nesta altura a administra a terceira dose da vacina para combater a Covid-19, e na opinião do GEEM, todos os doentes "devem fazer a dose adicional", apesar dos tratamentos.
"Pode ser uma questão de momento: qual é a altura certa para dar a vacina? Há medicamentos com que não há qualquer problema, mas temos outros em que é preciso esperar um pouco entre as doses. Queremos que a vacina seja eficaz, e que os doentes tomem a vacina numa altura em que podem montar uma resposta imunitária eficaz.
Maria José de Sá acrescenta que "não há riscos acrescidos" com a vacina da Covid-19, apenas os associados aos restantes fármacos.
Em Conversa com Mentes Curiosas é uma parceria da TSF com a Merck, que dá a conhecer o trabalho que se faz na área da saúde em Portugal, as necessidades dos doentes, dos seus cuidadores e o contributo da Merck para melhorar a vida dos doentes. Desde as dificuldades dos casais em concretizarem o sonho de ter um filho, à realidade do cancro em Portugal, passando pela esclerose múltipla e a imunologia.
Nesta rubrica partilharemos as histórias e as realidades dos doentes, as perspetivas de médicos, da indústria e das associações, porque ideias brilhantes nascem de mentes curiosas.