"Infertilidade é uma doença contra o tempo." Merck mantém vivo o sonho de milhares de casais
A Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução e a Associação Portuguesa de Fertilidade juntam-se à mesa da TSF para falar sobre a (in)fertilidade em Portugal.
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A infertilidade é definida como a incapacidade de um casal conseguir ter uma gravidez viável num período mínimo de 12 meses, e afeta milhares de portugueses. Pedro Xavier, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução (SPRM), responde às questões numa perspetiva clínica. Já Filomena Gonçalves, vice-presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade), aborda a perspetiva dos casais inférteis e da associação.
O médico Pedro Xavier explica que "a infertilidade é como a maior parte das doenças, cujo prognóstico é gravemente afetada pelo tempo". O especialista dá o exemplo das doenças oncológicas, "em que o prognóstico se vai agravado se não forem resolvidas num determinado período".
Pedro Xavier reforça que "logo que se suspeite da doença", os casais devem pedir o aconselhamento de um especialista.
"Muitas vezes, estes casais chegam-nos de diferentes consultas já com muitos anos de estudos e tratamentos que não foram devidamente orientados. Perderam anos preciosos da vida reprodutiva que podem fazer muita falta quando fizerem os tratamentos indicados", assume.
Questionado sobre o papel das farmacêuticas no auxílio aos casais, como é o caso da Merck, o presidente da SPMR admite que "existe uma grande confiança, não apenas pela presença no mercado, mas também pelo apoio em várias iniciativas".
"Permite-nos evoluir do ponto de vista científico, e esse é um aspeto muito importante na nossa atividade. E, por outro lado, temos confiança numa empresa que está há tantos anos na área da reprodução: vemos os resultados, conseguimos perceber que é fiável e os produtos são compatíveis nos tratamentos", sustenta.
Filomena Gonçalves adianta que, por dia, dez a 20 casais contactam a associação para pedir ajuda no "sonho" de ter filhos. "Os casais são confrontados com este diagnóstico e têm dificuldades em falar com a família ou amigos. Querem falar com alguém que compreenda e já tenha passado pela situação", explica.
A APFertilidade já acompanhou "dezenas de milhares de casais", desde a fundação, em 2006.
"As associações de doentes não servem só para informar, mas também para apoiá-los nestes momentos. Passam por uma grande ansiedade, e é bastante importante que os casais se sintam apoiados, mas que possam encontrar um caminho para pedir ajuda. Muitas vezes andam perdidos, sem saber para onde se dirigir. A infertilidade é uma doença que, infelizmente, tem o tempo contra nós", afirma Filomena Gonçalves.
A vice-presidente da associação lembra que a APFertilidade "tem um papel muito interventivo junto dos órgãos que regulam a fertilidade", como o Ministério da Saúde e a Direção-Geral da Saúde.
"Fazemos reuniões com os grupos parlamentares para discutir algumas políticas, para uma legislação mais inclusiva", aponta Filomena Gonçalves, descrevendo o trabalho da associação "como multidisciplinar".
"Não só apoiamos os casais, como também falamos com as pessoas que podem intervir nesta área. O objetivo é que existam mais apoios, como a diminuição das listas de espera", refere.
Em Conversa com Mentes Curiosas é uma parceria da TSF com a Merck, que dá a conhecer o trabalho que se faz na área da saúde em Portugal, as necessidades dos doentes, dos seus cuidadores e o contributo da Merck para melhorar a vida dos doentes. Desde as dificuldades dos casais em concretizarem o sonho de ter um filho, à realidade do cancro em Portugal, passando pela esclerose múltipla e a imunologia.
Nesta rubrica partilharemos as histórias e as realidades dos doentes, as perspetivas de médicos, da indústria e das associações, porque ideias brilhantes nascem de mentes curiosas.