Na academia de música urbana Skoola estão profissionais dedicados a transformar os destinos dos jovens através de notas e letras. Ao longo de dois anos vão trabalhar com 400 jovens, mas precisam de ajuda para continuar a formar talentos.
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Os autocarros e contentores do Village Underground Lisboa, em Alcântara, são as salas de aula de centenas de crianças. Embora originárias de contextos socioeconómicos díspares entre si, há muito mais a uni-las do que a separá-las. O amor pela música conduziu-as até à Skoola, a academia de música urbana que quer dar a oportunidade a todos os jovens de descobrir o seu talento escondido.
Dizer que a história da Skoola começou a escrever-se em abril de 2021, ano em que abriu oficialmente portas, seria uma imprecisão. A verdade é que a semente já crescia bem antes. Em 2018, o Village Underground promoveu o Acorde Maior, um projeto de expressão musical urbana, com forte cariz comunitário. A iniciativa estendeu-se por cinco edições, tendo marcado profundamente quem dela beneficiou: crianças e jovens das Aldeias SOS, dos bairros do Zambujal, da Cova da Moura, e das escolas da freguesia de Alcântara e da Orquestra Geração.
Mas o fim do Acorde Maior não significou o encerrar de portas a centenas de potenciais estrelas que, por terem nascido em contextos difíceis, têm obstáculos mais pesados pelo caminho. Foi assim que, em plena pandemia, artistas do Village Underground e facilitadores graduados pela Guildhall School of Music and Drama e pela Escola Superior de Educação, em conjunto com membros do Instituto Politécnico de Lisboa, uniram forças.
Criaram a Skoola, um espaço cuja missão é ensinar produção, criação, composição e performance musical. Em simultâneo, os alunos têm acesso a equipamentos de qualidade, apoio psicológico e contactos diretos com artistas reconhecidos. Por fim, têm a possibilidade de criar e a apresentar espetáculos abertos ao público.
Mas, mais do que uma escola, a Skoola é uma comunidade. Durante todo o ano, professores dedicados esforçam-se por promover a inclusão social, fomentar o desenvolvimento de social skills e a ambição escolar e profissional dos jovens em risco. E tudo isso através da música e do seu papel na construção de amizades, aumento da confiança e gestão do stress.
Assim foi para os mais de 180 jovens, dos 10 aos 18 anos, que passaram pelos ciclos, bootcamps de verão e restantes atividades organizadas em 2021. Este ano, prevê-se que o número de inscrições chegue aos 200, com vagas ainda abertas para o quarto (18 abril a 5 de junho) e quinto ciclo (setembro a dezembro de 2022) de atividades, bem como para os eventos a serem realizados no verão.
Contudo, a academia precisa de ajuda. Para levar a música a todos os pequenos grandes corações, a Skoola atribui bolsas de estudo com a ajuda da Santa Casa da Misericórdia, Banco Montepio, Fundação Ageas, Fundação Oriente e a start-up portuguesa Innuos. Assim, nenhum jovem fica impossibilitado de aprender por não ter meios de pagar. Para 2023, e porque termina o financiamento do Portugal Inovação Social, a Skoola anda à procura de um investidor maior. Só assim conseguirá fazer aquilo a que se propôs: transformar vidas.
Desta forma, a academia pretende ser um lugar onde os alunos se possam sentir sempre seguros e acolhidos, por mais caos que exista lá fora. Se a sua empresa pode ajudar este porto de abrigo e criatividade, visite a Associação Skoola ou fale diretamente com a sua fundadora, Mariana Duarte Silva, e saiba como pode fazer um donativo.