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De origem inglesa, nascido em Portugal, Francis Smith chegou a Paris em 1902. Smith faz parte da vaga de artistas portugueses da geração modernista que partiu para Paris - como foi o caso de Souza Cardoso ou de Eduardo Viana - que procuraram a modernidade que Paris, capital do mundo artístico, tinha para oferecer.
Lígia Anjos, correspondente da TSF em França, conversou com o historiador de arte Jorge da Costa sobre a importância do pintor na cena artística francesa
Os cinco quadros de Smith à venda esta segunda-feira na leiloeira Aguttes, em Paris, confirmam a presença que o pintor português ainda hoje tem em França, como afirma o historiador de arte Jorge da Costa: "Não temos esta noção, mas Francis Smith é um dos poucos pintores portugueses que tem uma cotação marcada e consegue ter um lugar continuo e assíduo dentro do mercado de arte francês".
"As leiloeiras, mesmo que não voluntariamente, têm um papel essencial na mostra de arte que conhecemos. Este leilão, como outros que têm sido realizados e onde Francis Smith está presente, ajudam a completar esse vazio que há de conhecimento da sua própria obra", diz.
Francis Smith circulou entre Portugal e França o que, segundo o historiador de arte, explica o facto de a sua obra não ter sido comprada em grande quantidade pelos museus portugueses: "Por um lado e por outro, o estudo da obra dele foi sempre sendo adiado. Esteticamente, a sua obra foi desprezada, porque, até hoje, não tinha sido compreendida".
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O trabalho do pinto vai estar exposto em Lisboa a partir de maio de 2019, na galeria Millennium BCP. Uma obra cujo ponto de partida é a memória da juventude à procura de um tempo perdido partilhado entre Lisboa e Paris.