A longa-metragem de André Gil Mata é um dos seis filmes nacionais a marcar presença no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
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Há praticamente cinco anos era recebido por um inverno rigoroso, onde os dias são noites e um manto branco de neve teima em não desaparecer. Dessa paisagem saiu uma imagem, captada quase por acaso, e que serviu de inspiração para "A Árvore".
"Drvo" é o nome original do filme de André Gil Mata, que vai estrear esta quarta-feira à noite, na Berlinale. O realizador português repete cenário, a Bósnia, país onde viveu mais de quatro anos. Já lá tinha feito dois filmes mas este foi o primeiro a ser pensado, teve que "esperar para conseguir financiamento e por o filme de pé".
Vai concorrer com outras 17 ao prémio para primeiras obras, no valor de 50 mil euros.
"É sobre os ciclos da humanidade, que nos fazem lembrar que vivemos um tempo muito mais circular, que cometemos erros constantes (...) e que estamos sempre a cometer os mesmos erros" descreve Gil Mata.
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O realizador confessa que "algo se tornou obsessivo" na sua cabeça, e foi pensar "que alguém nasceu naquela zona (Bósnia) e passou pela Segunda Guerra Mundial, de repente, tem que passar por outra guerra na vida". Há duas componentes importantes neste trabalho, a água e a árvore que "é o elemento que se consegue manter hirto, tal como essas pessoas" que suportam um duro passado.
"Drvo" tem estreia esta quarta-feira à noite, em Berlim.