A Casa onde há sempre café. Conheça por dentro "a Azinhaga recuperada" de Saramago
Em 1994, quando lançou o primeiro volume dos "Cadernos de Lanzarote", numa entrevista ao Jornal de Letras chamou-lhe "a Azinhaga recuperada". A TSF entrou na Casa de Saramago, em Lanzarote.
Corpo do artigo
A Casa de Saramago tem uma cozinha onde só cheira a café, uma sala de estar com um grande quadro inspirado no "Memorial do Convento", por cima de um sofá, e uma varanda. E depois o jardim. Com a famosa cadeira onde José Saramago ia todos os dias, ao fim do dia, ver o sol descansar do Mundo.
TSF\audio\2018\10\noticias\08\ricardo_o_duarte_vizita_casa_saramago_juan
Depois de percorrer um corredor delineado por pedras, de passar a porta de entrada e o hall, entrando na porta que fica do lado direito estamos no escritório da Casa. Lá, está a cadeira alinhada em frente à secretária onde repousa o computador que acolheu "O Ensaio Sobre a Cegueira" ou os "Cadernos de Lanzarote", incluindo o último volume, descoberto há pouco tempo e que agora é publicado, na altura em que passam 20 anos da atribuição do Prémio Nobel a José Saramago.
Há muitos livros nas estantes, estátuas, quadros e ilustrações. Há uma manta num braço da cadeira. E, renegando em absoluto o aspeto museológico, há uma estranha sensação de que tudo ali pertence a alguém que pode entrar pela porta a qualquer momento e dizer: boa tarde, José Saramago.
Antes de chegarmos à casa onde o único Nobel de Língua Portuguesa viveu, desde 1993, com a mulher Pilar del Rio, numa rotunda, por baixo de uma estátua feita por César Manrique, lê-se a frase que explica tudo sobre a relação de Saramago com a ilha das Canárias: "Lanzarote não é minha terra, mas é terra minha".