A Orquestra Sinfónica Portuguesa faz 25 anos e até fevereiro convida toda a gente para a celebração. Esta semana, a TSF dá-lhe a conhecer a história de quatro dos seus músicos.
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Joana Carneiro é a maestrina principal da Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP) desde há seis anos, na altura tinha 36 anos . "Foi o secretário de estado da cultura de então, Jorge Barreto Xavier, que me convidou, pediu-me para falar com ele e eu nunca esperei que fosse um convite desta natureza, tão nova, nunca pensei que teria a oportunidade de estar de uma forma tão profunda numa instituição deste calibre", conta.
Mãe de quatro crianças com menos de dois anos (depois dos trigémeos nascidos em fevereiro de 2017, a maestrina teve mais um bebé), Joana Carneiro divide-se entre os ensaios da orquestra e os muitos cuidados aos filhos. É num pequeno intervalo entre uma coisa e outra que aceita falar à TSF sobre a carreira, sobre a OSP que está a celebrar os 25 anos e sobre o concerto de dia 25 de Novembro, sobre a maternidade, sorri e diz ainda não estar preparada para falar com o distanciamento necessário.
"Sou a maestrina principal da Orquestra Sinfónica Portuguesa com orgulho e dedicação", assegura Joana Carneiro que considera ser um prazer trabalhar com músicos de todo o mundo. "Quando temos a sorte de tocar compositores das suas nacionalidades, trazem sempre ideias muito importantes, e até o testemunho de experiências a tocarem essas peças nos países de origem, lembro-me muito de falar de Tchaikovsky, com alguns dos nossos músicos que vêm da europa de leste, de música francesa, com os nosso músicos que vêm de França e esta riqueza é única."
O percurso musical de Joana Carneiro começou aos seis anos, estudou música, viola de arco e piano na escola de Música de Nossa Senhora do Cabo. Aos 18 anos começou a estudar direção de orquestra. "Foi sempre esse o meu objectivo", conta. Em 2009, com apenas 23 anos foi nomeada Diretora Musical da Orquestra Sinfónica de Berkeley, sucedendo a Kent Nagano. É Maestrina Convidada da Orquestra Gulbenkian e frequentemente é chamada a dirigir programas contemporâneos, estreou-se na temporada de 2014 - 2015 na English National Opera com a estreia mundial da versão encenada de The Gospel According to the Other Mary de John Adams. Colaborou com a Royal Liverpool Philharmonic, Royal Philharmonic Orchestra, Orchestre Philharmonique de Radio France, e muitas outras. Na América dirigiu também várias orquestra como a Los Angeles Philharmonic, Toronto Symphony, Saint Paul Chamber Orchestra ou Detroit Symphony.
Na Orquestra Sinfónica Portuguesa, os destaques de Joana Carneiro vão para o primeiro concerto que dirigiu. " O primeiro concerto foi muito importante para mim, é um momento que guardo com muita ternura." A maestrina conta que guarda sempre os momentos musicais, os compositores que têm tocado. "A nível sinfónico, eu não guardo um só momento, mas sim o trabalho que temos feito ao longo dos anos".
Quanto ao concerto do próximo Domingo, no CCB em Lisboa, o primeiro concerto comemorativo da OSP, Joana Carneiro conta que vai ter uma obra de Luís Tinoco (compositor residente do Teatro Nacional de São Carlos), uma peça chamada Cassini, uma peça relacionada com o planeta Saturno e o Concerto para Violoncelo de Walton. Na segunda parte, Assim Falou Zaratustra de Strauss "que dispensa apresentações, quem conhece a Odisseia do Espaço penso que vai reconhecer".