Escritores do Algarve e Andaluzia reúnem-se a partir desta sexta-feira e durante três dias na aldeia do interior algarvio. Os autores defendem que existe uma escrita própria de quem vive no sul.
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A intenção do FLIQ, o Festival Literário Ibérico de Querença, é juntar autores dos dois lados da fronteira nesta aldeia do interior algarvio.
Patrícia de Jesus Palma, uma das organizadoras, diz que os escritores irão partilhar saberes e experiências entre eles e com o público que os lê. "Vão acontecer conversas informais em vários espaços da aldeia. Na igreja, no jardim sensorial da fundação, no auditório. Pontos de encontro onde os autores vão estar a discutir temas específicos", explica.
O primeiro dia do Festival, organizado pela Fundação Manuel Viegas Guerreiro, será dedicado aos escritores andaluzes.
No segundo dia será homenageado o escritor e poeta Casimiro de Brito, que tem obras divulgadas em 30 países. O poeta, natural de Loulé, diz que a sua escrita não podia ser senão do sul." Há sempre um regresso ao sul porque o sul é a cor e a respiração", salienta o poeta.
Com 78 anos lembra que começou a alinhavar os primeiros poemas bem cedo. E quem o inspirou foi o também poeta popular algarvio António Aleixo, que frequentava a taberna do seu pai. "Quando o ouvi disse 'eu quero ser isso'; e nunca mais deixei de querer isso".
Ser "isso" levou-o a publicar uma vasta obra que já lhe valeu vários prémios nacionais e internacionais.