Não se agarra ao jazz, gosta de fazer música. Quase a celebrar 60 anos, o contrabaixista Carlos Bica está nomeado para os prémios alemães Echo Jazz 2018.
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Entre colaborações de diferentes estilos, com músicos de vários géneros e gerações, à composição para produções de teatro ou cinema, passando pelas participações em festivais de jazz de todo o mundo, fica a vontade de perguntar a Carlos Bica o que é que ainda está por fazer. Em jeito de brincadeira, o músico português, a viver desde 1994 em Berlim, responde: "só sei o que falta, quando o que falta me aparece".
Confessa que tem sido sempre assim na sua carreira, os desafios têm-lhe aparecido. São fruto de muito trabalho e, principalmente, muita paixão. Um amor pela música que começou ainda jovem, quando a rádio era o único instrumento que tinha.
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Aos 18 anos o pai deixou-o perseguir o sonho. Quando entrou na Academia dos Amadores de Música para se inscrever "nem sabia em que instrumento". "Fiquei fascinado com o som do contrabaixo" e com as palavras do que viria a ser o seu mentor, o professor Fernando Flores. Na altura fez-lhe um pedido, "mostra-me as tuas mãos, eu mostrei e ele disse-me até amanhã". A partir daí "só não dormia na Academia, de resto passava lá o dia inteiro".
No início dos anos 90, decidiu formar um trio, "Azul". É com o sexto álbum "More Than This" que consegue a nomeação para os prémios "Echo Jazz 2018", os mais importantes nesta área na Alemanha. É apontado na categoria de melhor instrumentista nacional de baixo e contrabaixo. Os galardões vão ser entregues no dia 31 de maio.