O rapper Emicida esteve em destaque na segunda noite do festival Mimono Mimo Festival. Antes do concerto participou no Fórum de Ideias, onde falou do seu percurso na música brasileira.
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Antes da atuação na segunda noite do festival Mimo, com uma enchente em Olinda, o rapper Emicida participou de um Fórum de Ideias, no renovado Mercado Eufrásio Barbosa, onde falou do seu percurso triunfante no panorama da música brasileira e do papel do Hip Hop na consciência da importância de uma cidadania ativa e, em especial, da afirmação dos negros na industria musical e na vida e decisões fundamentais do Brasil.
Depois da miséria nos subúrbios de São Paulo, agora é uma figura de proa na música brasileira e um herói para muitos jovens do seu país.
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"Empreendedorismo, arte e criatividade em 10 anos de Triunfo", o tema pomposo do fórum, remetendo para o título de uma canção editada em 2008 e que esteve no início do caminho deste MC que passou do sonho à ação e com muito sucesso.
O sonho foi conquistado por Emicida, Leandro Roque de Oliveira, paulista de 33 anos, que usa as palestras e a música para dizer ao que vai sem medos. Sem medos mas expectante com os próximos tempos no Brasil que classifica como desafiantes.
Para além da música e dos grandes palcos, o fórum de ideias tem-se revelado como um verdadeiro lugar de testemunho e até de memória com Tom Zé, do alto dos seus mais de 80 anos, a falar desassombradamente de si e das raízes da música do Brasil e Emicida a entrar muito mais nas questões raciais e sociais do povo brasileiro mas também na política com todas as questões mais fraturantes do momento.
Apesar de nunca fugir a qualquer questão sobre o que se passa no seu país, Emicida cita um vulto da música do Brasil para resumir a questão: "já Tom Jobim dizia que o Brasil não é para amadores".