Paulo de Carvalho e Marco Rodrigues antecipam a celebração na Altice Arena dia 16.
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É já no próximo dia 16 de Fevereiro que a Altice Arena, em Lisboa, vai celebrar Amália Rodrigues. "Amar Amália - 20 anos de Saudade" é o espetáculo que vai reunir em palco nomes como Dulce Pontes, Simone de Oliveira, Amor Electro, Vanessa da Mata, Paulo de Carvalho e Marco Rodrigues sob a direção artística de Diogo Clemente e Tiago Pais Silva. Um espetáculo multimédia com muita música mas também com vídeo e depoimentos a lembrar a história e o legado da artista que levou a música portuguesa ao mundo inteiro.
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A TSF juntou à mesa da rádio duas das vozes do espetáculo de dia 16 - Marco Rodrigues e Paulo de Carvalho - e ainda Jorge Veloso da Vibes & Beats, promotora de Amar Amália - 20 anos de Saudade.
Para o organizador, "o conceito principal (do espetáculo), quando pensámos nos 20 anos da morte de Amália, foi juntar um conjunto de artistas, não só do fado mas também de outras áreas musicais, nomes que marcaram, marcam e certamente marcarão a história da música em Portugal". Jorge Veloso sublinha que "Amália não é só fado. É a diva da música portuguesa e queremos com este espetáculo que as músicas que Amália cantou tenham também outra sonoridade. Da pop-electrónica dos Amor Electro à lusofonia com o sotaque de Vanessa da Mata que é uma fã de Amália Rodrigues, que conhece e canta as músicas de Amália."
Voz de timbre inconfundível e percurso singular no nosso país, Paulo de Carvalho (definido pelo promotor Jorge Veloso como "a voz") começou por confessar que "até 74/75 o fado era uma coisa que ouvia como português mas, na altura, queria era mais guitarras e bateria." Só depois se converteu ao fado e à voz de Amália de quem se disseram, a seguir a esse período algumas injustiças. "Houve muita coisa que se disse da Amália Rodrigues a seguir ao 25 de Abril que não era verdade...". Para Paulo de Carvalho, que como todos os artistas de Amar Amália - 20 Anos de Saudade vai cantar três canções de Amália e uma do próprio repertório, "Amália era uma artista transversal no meio musical. Com aquela voz cantava como quase ninguém canta ou cantou em Portugal e soube rodear-se de um repertório popular mas ao mesmo tempo com um respeito enorme pelos textos que cantava".
Quanto ao espetáculo de dia 16, o autor da famosa canção "Meninos de Huambo" destaca que "Uma das coisas que me agrada é o convite a gente tão diversificada".
Para além de Paulo de Carvalho, vão também subir ao palco da Altice Arena, em Lisboa, Dulce Pontes, Simone de Oliveira, Amor Electro, Vanessa da Mata e Marco Rodrigues, o único fadista do grupo de homenagem a Amália Rodrigues. Natural de Amarante, Marco Rodrigues viveu depois em Arcos de Valdevez e confessa que "Há 20 anos, quando cheguei a Lisboa, nada sabia sobre fado, a única coisa que sabia é que havia um ícone da música chamado Amália Rodrigues e nada conhecia da música que ela cantava, não conhecia nenhuma música dela do princípio ao fim mas quando cheguei a Lisboa acabei por apaixonar-me por esta música e pelo ícone maior que fez com que o fado corresse os quatro cantos do mundo".
Marco Rodrigues lamenta "não ter conhecido Amália mas, o meu primeiro disco ter sido nomeado como disco revelação Amália Rodrigues, deu-me um orgulho imenso.
Amália Rodrigues, reconhecida por Jorge Veloso, Paulo de Carvalho e Marco Rodrigues como o expoente máximo de uma forma de cantar que é portuguesa, vai ser homenageada no dia 16, na Altice Arena, em Lisboa, num espetáculo com cerca de duas horas de música e muitas imagens e depoimentos.
Será a partir das 21h30 que se vai lembrar e viver o legado da cantora que levou o fado e a língua portuguesa aos quatro cantos do mundo.