Arranca esta sexta-feira a 45.ª edição do Fantasporto, a "mais internacional de sempre"
Um dos festivais de cinema mais antigos de Portugal vai ter convidados dos cinco continentes. Este ano, o Fantasporto recebeu filmes de 75 países, um recorde
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A estreia do filme Criadores de Ídolos, do realizador Luís Diogo, às 21h00 desta sexta-feira, no Batalha Centro Cinema, marca o arranque do festival de cinema Fantasporto. Até 9 de março, vão ser exibidos dezenas de filmes, alguns deles com estreia mundial.
Beatriz Pacheco Pereira, fundadora e diretora do Fantasporto, destaca à TSF que esta é a edição mais internacional de todas: "Tem a particularidade de ter a maior abrangência de países a participar no festival. Nós recebemos participações de 75 países, depois da seleção ficaram 30 e vamos ter convidados de todas as partes do mundo, os cinco continentes vão estar representados." A Europa é o continente a apresentar mais filmes, com 12 países em concurso, seguido da Ásia com 10 países representados.
Entre os temas que fazem parte desta edição estão a emancipação da mulher, as alterações climáticas, a violência nas cidades, a gentrificação ou a imigração. Mas o destaque vai para a Inteligência Artificial.
No cinema, hoje em dia, qualquer pessoa pode ser substituída pela inteligência artificial, desde os atores, à voz dos atores, à cara dos atores, portanto estamos num período de grande emergência quanto às profissões e às regulamentações", refere Beatriz Pacheco Pereira.
A 45.ª edição do Fantasporto contempla também a apresentação de sete livros recém-publicados, integrados nas Movie Talks, um espaço onde também se vai discutir as dificuldades na produção de filmes portugueses e a inteligência artificial.
Beatriz Pacheco Pereira garante que é um festival para todos, mas são os jovens quem mais procuram o Fantasporto. "O nosso público normalmente anda entre os 16 e os 50 e muitos anos. São pessoas que normalmente acompanham o festival todos os dias, de manhã à noite, e que voltam ano após ano", refere.
A fundadora do Fantasporto chama a atenção para a importância que este tipo de eventos têm na "dinamização dos centros das cidades enquanto centros de cultura" e alerta para "a precariedade em que vivem os festivais independentes em Portugal", sem apoios.