Artistas, trabalhadores da Cultura e promotores de espetáculos manifestam-se no Rossio para conseguir que um por cento do Orçamento do Estado de 2019 seja destinado à Cultura.
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Centenas de pessoas manifestaram-se na tarde desta segunda-feira, em Lisboa, com o objetivo de conseguirem que um por cento do Orçamento do Estado seja destinado à cultura.
As cerca de 200 a 300 pessoas que se juntaram no Rossio pretendem que o Governo destine um por cento da despesa pública às atividades culturais, ao invés da manutenção do valor previsto, de 0,25%, o mesmo da última década e que corresponde a 250 milhões de euros. Joana Manuel, dirigente sindical dos artistas defende que, ainda assim, este não é um valor "aceitável".
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Joana Manuel considera que o valor avançado pelo Governo é "demasiadamente pouco ambicioso." Ainda assim, defende a sindicalista que "tendo em conta o ponto em que estamos, temos de começar por algum lado e fazer avanços sólidos. Por isso é que só pedimos 1% do Orçamento do Estado. O primeiro patamar aceitável não é sequer este, é de 1% do PIB, é um consenso internacional que já tem mais de 10 anos", garante.
Além do um por cento destinado à Cultura, Joana Manuel adianta ainda que os objetivos desta manifestação também passam por ver "o património bem tratado, os arquivistas bem tratados, os arqueólogos bem tratados. Os trabalhadores da cultura, no geral, com contratação legal e não nesta rendição ao falso recibo verde, como se fosse uma condição natural do trabalhador da cultura, que não é", nota.
Sobre o papel do Estado em relação a esta área, Joana Manuel defende que deve ser procurada a existência de "um verdadeiro serviço público de Cultura." A dirigente defende ainda que é preciso "um estado que assuma a sua obrigação constitucional para garantir o acesso e a fruição a toda a população, não só aos profissionais do setor."
Quem também esteve presente nesta manifestação foi Arménio Carlos, que entende que "a cultura é um elemento decisivo para todos os trabalhadores e para a população em geral."
O secretário-geral da CGTP entende que "um país que não aposta na Cultura é um país subdesenvolvido. Se há tanto dinheiro para as parcerias público-privadas e para os bancos privados, com certeza também há dinheiro para disponibilizar um por cento para a Cultura e para que os portugueses tenham acesso a espetáculos e a iniciativas que ajudem não só à sua fruição mas também à elevação da sua capacidade cultural."