O escritor angolano Pepetela é a personalidade homenageada nesta edição do festival literário, que acontece em Penafiel.
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Escrever palavras numa obra de uma vida inteira, para depois derramá-las numa cidade: é este o ponto de partida da Escritaria, que começa, nesta 11.ª edição, a sua segunda década.
O objetivo é trazer os escritores à cidade, colocá-los nas ruas, a ver a sua própria cara perpetuada para sempre, palavras que foram escritas em tantos livros - principalmente de escritores vivo, que possam ouvir as próprias palavras ditas em vozes de jovens. Ali mesmo na rua, com o autor a ouvir e a sentir o ressoar daquilo que foi escrito há anos. A literatura fica à solta e o escritor pode confrontar os leitores, olhos nos olhos.
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Pepetela, ali em pé, numa praça cheia de gente. O grupo de miúdos da Companhia Andaime vai andar por todos estes dias de Escritaria, a dizer palavras de Pepetela em voz alta. O escritor? Desarmado, sem papel e caneta, sem palavras - a não ser as da emoção.
O objetivo é derrubar estes muros do conhecimento, entre todos - ou não fosse a Escritaria dirigida a todos os escritores lusófonos. De Moçambique já foi homenageado, Mia Couto e agora, de Angola, Pepetela. Todos os outros foram portugueses (de José Saramago a Agustina Bessa-Luís, passando por nomes como Urbano Tavares Rodrigues, António Lobo Antunes, Mário de Carvalho e Alice Vieira).
Esta 11.ª edição da Escritaria decorre de 1 a 7 de outubro, nas ruas da cidade de Penafiel.