"As pessoas que julgam o João César Monteiro pelas suas polémicas, nem as considero"
O produtor Paulo Branco, em entrevista à TSF, defende que é sua obrigação manter vivo o legado do realizador português. O ciclo "Viva João César Monteiro" começa esta terça-feira, no Porto.
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As cidades do Porto, Braga, Lisboa, Coimbra e Setúbal vão receber, ao longo do mês de fevereiro e até 1 de março, o ciclo de cinema "Viva João César Monteiro" , organizado pela Medeia Filmes e a Leopardo Filmes.
Numa altura em que passam 16 anos da morte de um dos realizadores mais importantes do Novo Cinema Português, o produtor Paulo Branco destaca que "mais do que uma homenagem, isto faz parte de um trabalho que é minha obrigação, que é manter vivos os filmes e a obra de João César Monteiro".
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Paulo Branco considera ainda que, tendo em conta "a enorme liberdade, originalidade, risco, loucura que o César nos transmitiu através dos seus filmes, dessas obras-primas que ele foi fazendo ao longo do tempo", este ciclo é também "uma afirmação do cinema que nos interessa, o cinema que queremos continuar a defender". No caso de Lisboa, o ciclo assinala também a despedida da Medeia Filmes do Cinema Monumental .
Questionado sobre as conhecidas polémicas do realizador, por vezes mais mediatizadas do que os próprios filmes, o produtor não tem dúvidas. "Não é uma questão de ser justo ou não. A mediocridade dessas pessoas que julgam o João César pelas suas polémicas, e que nem sequer tiveram alguma vez a curiosidade de ver um filme, nem as considero. Acho triste, mas é um reflexo, infelizmente, de muita coisa da nossa sociedade".
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O ciclo arranca esta terça-feira, no Rivoli - Teatro Municipal do Porto, com a exibição de "Recordações da Casa Amarela" (1989) e "Vai e vem" (2003). No dia 6, no teatro do Campo Alegre, vão ser exibidas curtas do realizador e haverá leitura de poemas da autoria de João César Monteiro por Isaque Ferreira.
Depois o ciclo segue para o Theatro Circo de Braga (dias 11 e 17), Cinema Monumental em Lisboa (entre os dias 17 e 20), Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra (dia 18), e Auditório Charlot, em Setúbal (a partir de 21 de Fevereiro). Vão ser exibidos também" A Comédia de Deus" (1995) e "As Bodas de Deus" (1998), "Branca de Neve" (2000) e "Silvestre" (1981).